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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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2.10 Araújo: o processo histórico e a atribuição de sentido<br />

Considerando que uma das características distintivas do homem é sua capacidade de<br />

representar simbolicamente experiências através de discursos cheios de significado e, portanto,<br />

produzir informações acerca do mundo que podem ser comunicadas aos seus semelhantes,<br />

Araújo (2001) vê nos processos de geração, preservação e transmissão da informação,<br />

elaborados no contexto de uma cultura, uma forma de mediação da relação homem-mundo.<br />

O aprendizado cotidiano do mundo não se realiza de uma maneira direta ou num vazio,<br />

pois isso seria caótico, mas dentro de um processo histórico carregado de sentido e passível de<br />

ordenação. A informação é, assim, um artefato cultural que pode ser identificado em toda<br />

prática social, uma vez que a interação humana pressupõe, sempre, a recepção, geração e/ou<br />

transferência de informações. Em síntese, a informação é uma prática sociohistórica que<br />

envolve ações de atribuição de sentido que, por seu turno, podem provocar modificações nas<br />

estruturas e gerar novos estados de conhecimento.<br />

A partir dessa visão preliminar, ARAUJO (199) busca subsídios na investigação das<br />

práticas informacionais desenvolvidas por organizações não governamentais (ONG) ligadas a<br />

movimentos sociais e, nessas pesquisas, estuda os processos de recepção e geração de<br />

informações. Em termos de recepção, identifica a existência de critérios de seleção/utilização<br />

da informação. Além da compreensão do código utilizado, reportando-se a Berger e<br />

Luckmann (1985), chama a atenção para o fato de as informações mais utilizadas serem<br />

aquelas que possuem maior relação de proximidade com a realidade vivenciada pelos<br />

receptores, num processo marcado pela historicidade e pela cultura (acervo social de<br />

conhecimentos). Por outro lado e ao mesmo tempo, existem também os processos de<br />

divergência ou rejeição de determinadas informações, que ocorrem nas mesmas bases. A<br />

autora identifica um sujeito cognitivo-social (não isolado ou universal) que participa de uma<br />

comunidade discursiva, ou seja, de um contexto sociocultural, estruturador de suas práticas.<br />

Também são estudados os canais (formais, informais e semi-formais) de comunicação<br />

e as barreiras informacionais, como elementos potencializadores ou redutores da eficiência

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