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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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Dessa forma, procuraram-se meios de dialogar com o grupo mediados pelo próprio<br />

trabalho e cuidou-se para que houvesse um adequado entendimento quanto aos seus objetivos.<br />

O grupo foi informado sobre esses objetivos e o pesquisador procurou manter-se<br />

rigorosamente dentro das propostas. Além disso, o pesquisador procurou abster-se de efetuar<br />

julgamentos de valor e de fazer prescrições, pois sua principal meta era compreender as<br />

situações e, tanto quanto possível, explicá-las com base nas teorias que embasam a pesquisa.<br />

O outro princípio observado refere-se a métodos de seleção e coleta de dados. Buscouse,<br />

para estudar a “informação em movimento”, aquilo que Malinowski (1980) considera o<br />

material da pesquisa participante: os “imponderáveis da vida real” ou fenômenos que só<br />

podem ser captados pela presença atenta do pesquisador. Nas palavras do próprio etnógrafo:<br />

“há uma série de fenômenos de grande importância que não podem ser registrados através de<br />

perguntas, ou em documentos quantitativos, mas devem ser observados em sua realidade”<br />

(p.55). Tratou-se, portanto, de fazer anotações minuciosas num diário de campo, listando<br />

declarações etnográficas, colhendo narrativas de informantes, expressões típicas, fórmulas,<br />

histórias e casos que pudessem expressar a mentalidade do grupo.<br />

Minayo (1992), baseando-se em distinção elaborada por Gold, distingue quatro<br />

situações em termos observação participante, que denomina: a participação-total (imersão<br />

total), o participante-como-observador, o observador-como-participante e o observador-total.<br />

A partir dessa categorização pode-se dizer que, nesta pesquisa, tem-se uma situação que pode<br />

ser caracterizada como “participante-como-observador”, ou seja:<br />

... o pesquisador deixa claro para si e para o grupo sua relação como<br />

meramente de campo. A participação, no entanto, tende a ser a mais profunda<br />

possível através da observação informal, da vivência juntos de<br />

acontecimentos julgados importantes pelos entrevistados e no<br />

acompanhamento das rotinas cotidianas. A consciência, dos dois lados, de<br />

uma relação temporária (enquanto dura o trabalho de campo) ajuda a<br />

minimizar os problemas de envolvimento que inevitavelmente acontecem,<br />

colocando sempre em questão a suposta ‘objetividade’ nas relações<br />

(MINAYO, 1992, p.142).<br />

Mintz (1984) observa que a pesquisa de cunho etnográfico deve voltar-se para um<br />

“objetivo relacional” (p.49), considerando que os fenômenos estudados não existem fora das<br />

relações sociais. Com isso, questiona a crença positivista-naturalista numa realidade exterior

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