INFORMAÃÃO E SEGURANÃA PÃBLICA: A ... - Crisp - UFMG
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contexto para reforçar informações e transmitir seus conhecimentos e suas convicções sobre<br />
a segurança pública, chamando a comunidade à participação.<br />
Pode-se dizer, então, de uma “atitude informacional” básica: ele assume, preferencialmente,<br />
a tarefa de prover informações e vê o Consep, principalmente, como um receptor/usuário de<br />
informações, ao contrário dos representantes da PMMG que tendem a adotar, como poderá<br />
ser visto, uma postura de buscar informações, indicativa de que vêem o Consep,<br />
preferencialmente, como uma fonte de informações.<br />
O presidente do Consep disse aos conselheiros que se recusou a dar entrevistas à<br />
imprensa sobre o assunto porque não participa de “fofocas”. Para ele, a notícia partiu de “uma<br />
meia dúzia de pessoas que querem infernizar a vida do bairro”. Relatou ainda que um<br />
morador, que foi até à polícia para informar sobre o “toque de recolher”, só soube dizer que<br />
“foi uma dona da escola” que lhe havia dito. Ou seja, não dispunha de informações. Para ele,<br />
no entanto, um morador que concedeu uma entrevista ao jornal sobre o assunto disse “muito<br />
bem”: “aqui não é uma favela, é um bairro”.<br />
O Pcom 05 perguntou ao comandante sobre a possibilidade do uso de câmaras (olho<br />
vivo) eletrônicas para auxiliar a vigilância na região. O comandante respondeu que são muito<br />
caras e que as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas em Belo Horizonte têm sido<br />
financiadas pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). Complementou dizendo que, além<br />
disso, o secretário-adjunto quer estender esse serviço ao interior, havendo nisso todo um viés<br />
político-eleitoreiro. Ele, no entanto, achava que deveria começar pelos bairros de Belo<br />
Horizonte, mas, nesse caso, vai ser necessário captar recursos alternativos, ou seja, da<br />
comunidade.<br />
É interessante notar que o termo político será, quase que exclusivamente, utilizado nas<br />
reuniões do Consep e, até mesmo na fala dos entrevistados, para referir-se a um viés. O<br />
termo assumirá uma conotação sempre pejorativa, ligada a desvio, politicagem interesseira,<br />
astuciosa, eleitoreira, e nunca em sentido mais elevado como, por exemplo, arte de bem<br />
governar, conjunto de objetivos que guiam as ações de governo ou como uma estratégia<br />
salutar de negociação e trabalho.