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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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as informações sob as mais diferentes perspectivas. Isso não significa, no entanto, que todas<br />

elas vão ter igual peso no momento da tomada de decisões e nas ações policiais.<br />

O delegado aproveitou para dizer que os arrombamentos na região haviam acabado,<br />

mas “foi só a justiça soltar e começou de novo”. Contou que a prisão de um determinado<br />

arrombador determinou o fim desses eventos numa determinada região, mas que o judiciário,<br />

que “não tem essa visão regional que nós temos aqui”, alegando, provavelmente, “falta de<br />

provas”, não o condenou e o problema reiniciou-se.<br />

Pode-se supor, então, da existência de uma importante “defasagem ou distância<br />

informacional” entre o saber local (da comunidade) e o saber jurídico (do poder judiciário).<br />

O delegado disse ainda que recebia muita reclamação do Bairro São José, mas que o<br />

problema fora resolvido com bike patrulha. Observou que foi um sucesso, mas que envolvia<br />

mobilização de dinheiro da comunidade, ou seja, doação de uniforme e da bike. E concluiu:<br />

“fica lançada a idéia”.<br />

Este é um dos questionamentos importantes feitos a alguns movimentos comunitários que<br />

implicam parcerias do Estado com a comunidade, pois poderiam estar servindo para uma<br />

espécie de privatização de serviços públicos.<br />

Seguiu-se uma fala do comandante que trazia informações importantes sobre a<br />

possibilidade de adoção de medidas de prevenção da criminalidade baseadas no reforço e<br />

reconhecimento dos mecanismos informais de controle social, exercidos por uma comunidade<br />

mobilizada e organizada, típicas, portanto, de um novo modelo de policiamento e que podem<br />

levar o Consep a encontrar um outro caminho.<br />

O comandante apresentou, portanto, informações e comunicou experiências, que<br />

podem ser consideradas típicas do policiamento comunitário. Ele informou sobre a “rede de<br />

vizinhos seguros” e aquilo que ele chamou de “câmaras vivas”. Disse que os eventos<br />

criminosos acontecem basicamente por três motivos: “alguém que deseja algo,<br />

impossibilidade da polícia estar presente e oportunidade”.

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