14.10.2014 Views

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

76<br />

são capazes de interferir na produção (ou reprodução) desses conhecimentos, construindo um<br />

discurso meta-informacional que tende a gerenciar o discurso do campo no qual se insere.<br />

O sujeito do conhecimento, universal ou psicológico, que fundamenta a maioria dos<br />

trabalhos na CI, é a-histórico e estes não conferem papel significativo ao caráter social do<br />

conhecimento. Desconsidera-se que cada grupo social constrói uma consciência comum que<br />

estrutura suas práticas informacionais. Equivale dizer que o sujeito (usuário-gerador ou<br />

produtor) da informação não é um produto de mecanismos biológicos e deterministas, mas<br />

assume um caráter sociohistórico, no qual se constitui a partir dos interesses, conflitos e<br />

contradições próprios de sua classe ou grupo social, ou seja, politicamente 13 .<br />

Ao refletir sobre as concepções do sujeito usuário de informação presentes nas teorias<br />

e tecnologias da informação, Gonzáles de Gómes (1984) identifica um ponto de vista formal<br />

universalista que admite a existência de categorias e operações racionais-universais anteriores<br />

e independentes dos atos de conhecimento. A idéia central é a de um sujeito a-histórico e<br />

abstrato e de uma lógica natural trans-cultural e trans-social. Austim seria o autor<br />

representativo desse ponto de vista.<br />

Já num ponto de vista psicologista, na sua forma empírico-associacionísta, que tem em<br />

Farradane o seu principal representante na CI, o sujeito combina, a partir de suas experiências,<br />

percepções elementares que são generalizadas, gerando produtos complexos da experiência.<br />

Nesse caso, há uma unidade psicológica de processamento da informação que atua frente às<br />

multiplicidades de conteúdos e linguagens ou sistemas de significados. Os principais<br />

mecanismos de combinação dos conceitos seriam a associação e a discriminação.<br />

De comum entre esses autores existe a tentativa de encontrar um a priori, ou seja,<br />

antecipações e previsões que possam embasar enunciados explicativos e modelos operacionais<br />

de RI de caráter universal.<br />

Uma terceira concepção diz respeito ao conhecimento objetivo, que tende a considerar<br />

a informação como um produto exteriorizado das atividades de conhecimento, o que já se<br />

comentou quando se falou de Brookes.<br />

Buscando situar e entender a CI, Gonzáles de Gómes (1984) explora também as<br />

transformações ocorridas no estatuto do conhecimento e da informação, ou seja, o surgimento<br />

da indústria da informação. Observa, então, que, na atualidade, busca-se um saber operatório,<br />

13 Nesse sentido é que, mais à frente, vai se falar em um habitus informacional.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!