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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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humana depende da existência de modelos simbólicos externos da realidade, ou seja, não só<br />

produz informação, mas também é produzida por ela. Assim, além de comunicação de<br />

experiência a informação, é também condição para a experiência da realidade.<br />

Sem os padrões orientadores da cultura humana, a vida intelectual do homem<br />

seria, apenas, um zunido, uma confusão ruidosa (...). Emocionalmente se dá o<br />

mesmo. Sem a orientação das idéias comumente aceitas, encontradas nos<br />

ritos, no mito e na arte, não saberíamos, literalmente, como sentir. Tal como<br />

o próprio cérebro anterior expandido, as idéias e emoções são, no homem,<br />

artefatos culturais (GEERTZ, 1966, p.41-42).<br />

Essas considerações, que entrelaçam informação, subjetividade e cultura, permitem<br />

lançar luz sobre as relações existentes entre as abordagens que tratam a informação como<br />

coisa e como construção social, produto (e produtora) da subjetividade e sobre aquela tensão<br />

permanente entre abordagens objetivas e subjetivas do fenômeno informacional à qual se<br />

referem Capurro e Hjorland (2003), propondo que o conceito de interpretação (ou seleção)<br />

seria uma ponte entre os dois pólos. Vê-se que entre os fenômenos existe uma relação<br />

dialética, na qual ambos têm um importante papel a exercer.<br />

O estabelecimento dessas relações entre o fenômeno informacional e os fenômenos de<br />

natureza subjetiva, cultural e comunicacional, abre perspectivas de diálogo da CI com outras<br />

disciplinas que podem garantir-lhe uma base teórico-metodológica (epistemológica) mais<br />

sólida, não significando, por outro lado, uma dispersão e um enfraquecimento de sua<br />

identidade. Trata-se de buscar e buscar em campos mais tradicionais e bem constituídos<br />

elementos que, se num primeiro momento conduzem a uma abertura e a certa indiferenciação,<br />

podem, em um momento posterior, fortalecer a identidade do próprio campo, pela produção de<br />

trabalhos de pesquisa bem fundamentados da perspectiva da ciência social. A CI pode, por<br />

assim dizer, ampliar-se e encontrar novas perspectivas e, até mesmo, ganhar características de<br />

um campo autenticamente interdisciplinar.

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