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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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construção de informações em grupos sociais que se reúnem a partir de suas experiências com<br />

a realidade social, no caso a violência, a criminalidade e a necessidade de produzir segurança<br />

pública.<br />

Barreto (2002) vai, então, estudar os fluxos da informação para o conhecimento, ou<br />

seja, considerando um extremo onde está a criação da informação e um outro, onde se dá a<br />

assimilação da informação pelo receptor que, nas palavras de Nobrega (2002), “é a finalização<br />

de um processo de aceitação da informação que transcende ela própria” (p.183).<br />

Ainda de acordo com Barreto (1995), existem três formas ou momentos de agregar<br />

valor à informação: (a) no estoque da informação; (b) na transferência; (c) no nível da<br />

recepção.<br />

No primeiro caso (estoque), são geralmente utilizadas técnicas de catalogação,<br />

classificação e indexação, com o objetivo de controlar e adequar a recuperação, reduzindo a<br />

informação dentro de uma racionalidade técnica e produtivista/quantitativa, que visa<br />

disponibilizar a maior quantidade possível de informação potencialmente relevante para um<br />

julgamento de valor dos usuários.<br />

No segundo caso (transferência), o valor agregado se dá na mensagem e assume<br />

características qualitativas, na medida em que o objetivo é adequar a informação, em forma e<br />

conteúdo, ao contexto onde se pretende que seja assimilada ou aceita. A informação é<br />

contextualizada visando à geração de conhecimentos, tratando-se de adequá-la às limitações<br />

contextuais, sejam cognitivas, culturais, sociais ou econômicas.<br />

No terceiro caso (recepção), o autor se refere a uma condição do sujeito que, ao receber<br />

uma informação passível de ser assimilada, pode re-elaborá-la, gerando uma nova informação<br />

(ou conhecimento). O sujeito receptor torna-se, de uma forma muito particular, o proprietário<br />

da informação recebida.<br />

Essa perspectiva sublinha a necessidade e a importância de aproximar informação e<br />

conhecimento, significando, com isso, que a primeira deve ser estudada e trabalhada sempre<br />

no sentido de produzir conhecimentos para a sociedade. Ao mesmo tempo, com o conceito de<br />

assimilação, chama a atenção para a importância dos processos de comunicação (diálogo),<br />

pois não basta disponibilizar a informação (estática) para uso. Todo e qualquer estoque<br />

informacional ocasiona uma ação de seleção que põe em jogo processos de memória e<br />

esquecimento.

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