14.10.2014 Views

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

49<br />

indivíduos, ao longo do tempo, a partir de sua convivência cotidiana. Embora não possam ser<br />

considerados criminosos, eles representam uma ameaça à convivência harmoniosa das pessoas<br />

em sociedade. Nessa perspectiva, entende-se que a polícia deva auxiliar na preservação de<br />

regras de convivência estabelecidas pela comunidade. Uma certa regularidade na vida dos<br />

bairros permite às pessoas a identificação de estranhos e riscos de alteração e quebra da ordem<br />

que, por esse motivo, potencial, causam medo.<br />

Nesse sentido, prender um vagabundo ou um bêbado ou simplesmente retirar<br />

das ruas pedintes, pessoas sem casa, que não tenham prejudicado ninguém,<br />

parece ser injusto. Mas, por outro lado, a atitude de “não fazer nada” e “não<br />

se importar” quando a impressão de pessoas estranhas ou a ocorrência de<br />

situações e comportamentos que significam quebra do padrão de ordem<br />

moral de uma comunidade se multipliquem e se instalem como regra local,<br />

pode sinalizar que uma janela quebrada e não consertada, segue-se a quebra<br />

de várias outras, que certamente, se ninguém, se importar, não serão<br />

consertadas. (...) A metáfora da janela quebrada utilizada por James Wilson<br />

simboliza o rompimento com alguma norma social e indica que onde os<br />

mecanismos de controle comunitário são enfraquecidos, é maior a<br />

vulnerabilidade à invasão criminosa (SOUZA, 1999, p.57).<br />

A atitude de não se importar com pequenos problemas e de não buscar solução ou<br />

pedir providências em relação a eles explica-se, na perspectiva de James Wilson, pela atitude<br />

“essencialmente individualista” que as pessoas desenvolveram em relação à lei. Ao abrir mão<br />

de uma certa responsabilidade pelo espaço público e de um certo controle das pessoas que nele<br />

circulam, cria-se uma espécie de “terra de ninguém”, onde prevalece uma sensação de<br />

abandono, pouco caso ou desapreço.<br />

A posição (...) reflete e contribui ao mesmo tempo para a atomização dos<br />

indivíduos e pela perda da idéia de comunidade como sinônimo de vida em<br />

comum e interesses compartilhados. A comunidade passa a significar para os<br />

indivíduos apenas o lugar onde residem. As pessoas passam a freqüentar<br />

menos os espaços públicos, tornam-se menos interessadas em<br />

relacionamentos interpessoais com seus vizinhos, passam a ser mais<br />

silenciosas, precavidas e desconfiadas, aumentando assim as chances de<br />

tornar a comunidade mais vulnerável à desordem e, conseqüentemente, a<br />

ocorrência de crimes. O medo e a insegurança instalam-se (SOUZA, 1999,<br />

p.58).<br />

Assim, os policiais devem se fazer presentes nos locais onde possam aumentar a<br />

sensação de segurança. Também a avaliação de serviços policiais deve se dar pela manutenção

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!