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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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Egan, aquilo que chamou, na falta de uma denominação mais adequada, segundo ele próprio,<br />

de uma “epistemologia social”.<br />

De acordo com Zandonade (2003), que se dedicou numa tese de doutoramento ao<br />

estudo do trabalho desse autor, Shera focalizou seus estudos no “modo de comunicação social<br />

do conhecimento registrado”, procurando desenvolver uma “teoria da armazenagem e<br />

recuperação da informação”, que considerava a questão mais central da CI. O termo<br />

epistemologia social emerge no contexto dos debates sobre a classificação como instrumento<br />

de controle bibliográfico, reorientando a idéia de um sistema classificatório único, universal,<br />

baseado numa ordem natural, chamando a atenção para o fato de que as tentativas de<br />

organização do conhecimento estão condicionadas pelo espírito da época.<br />

A psicologia e a sociologia estavam, naquela época, muito mais voltadas para as<br />

motivações emocionais e informais que amalgamavam a estrutura social. Shera e Egan,<br />

entretanto, focalizaram os aspectos intelectuais, sobretudo os de natureza formal, que<br />

modelavam a sociedade, definindo a epistemologia social como “o estudo das formas como a<br />

sociedade consegue um relacionamento compreensivo com o seu ambiente” (SHERA, citado<br />

por ZANDONADE, 2003, p. 56) ou as “forças intelectuais que modulam as estruturas sociais<br />

e as instituições” (SHERA, 1977, p.10).<br />

A nova disciplina que aqui focalizamos (e à qual por falta de melhor nome<br />

chamamos de epistemologia social) deveria fornecer uma estrutura para a<br />

investigação eficiente de todo complexo problema dos processos intelectuais<br />

das sociedades – um estudo pelo qual a sociedade como um todo procura<br />

uma relação perceptiva com seu ambiente total. Levantaria o estudo da vida<br />

intelectual a partir do escrutínio do indivíduo para uma pesquisa sobre os<br />

meios pelos quais uma sociedade, uma nação ou cultura alcança a<br />

compreensão da totalidade dos estímulos que atuam sobre ela. O foco dessa<br />

nova disciplina seria a produção, fluxo, integração e consumo de todas as<br />

formas de pensamento comunicado através de todo o modelo social. De tal<br />

disciplina poderia emergir um corpo de conhecimentos e uma nova síntese da<br />

interação entre conhecimento e atividade social (SHERA, 1977, p.10).<br />

A informação, nessa perspectiva, seria um elo (mediadora) entre a cultura e o indivíduo<br />

e vice-versa e, conseqüentemente, um elemento de manutenção e construção de uma<br />

determinada estrutura social. Ao refletir sobre o papel social das bibliotecas, Shera (1977)<br />

expressa sua concepção antropológica de informação relacionando-a com a comunicação,<br />

nesse caso na forma de “transcrito social”.

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