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INFORMAÇÃO E SEGURANÇA PÚBLICA: A ... - Crisp - UFMG

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informacionais e, dessa forma, compreender como os sujeitos sociais constroem<br />

representações ou conhecimentos sobre criminalidade e segurança pública e ações de<br />

policiamento visando à superação dos problemas. Buscou-se apreender os sentidos que as<br />

informações foram assumindo ao longo dos trabalhos do grupo, ou seja, evidenciar os modos<br />

como a informação é socialmente construída. Os principais agentes/atores dessa construção<br />

são os moradores, membros da comunidade que tentam organizar-se no Consep juntamente<br />

com policiais militares e civis, tomados como sujeitos sociais da informação.<br />

Em conformidade com as pesquisas de natureza qualitativa, o objetivo geral foi<br />

identificar a variedade de informações trocadas nas reuniões dos Consep e, mais<br />

especificamente, o significado que assumem para os participantes e os diversos pontos de vista<br />

que as justificam e legitimam. Sabe-se, entretanto, que há divergências e conflitos que<br />

determinam disputas pela legitimação ou reconhecimento de determinados sentidos em<br />

detrimento de outros. Nesse aspecto, a teoria dos campos sociais de P. Bourdieu, com as suas<br />

noções de capital, sobretudo de capital simbólico, e de habitus foi uma referência importante<br />

para a construção do objeto de estudo como um “campo informacional”.<br />

Como suporte teórico-metodológico para análise desses embates, utilizou-se a noção<br />

de “terceiro conhecimento”, desenvolvida pela antropologia da informação com base no<br />

conceito de “construção compartilhada do conhecimento”, nascido nos movimentos de<br />

educação popular dos anos 60. Com esse construto quer-se designar um modo específico de<br />

mediação que tende a integrar as diversas formas de conhecimento divergentes, priorizando a<br />

resolução de problemas concretos da vida cotidiana. Trata-se de um modo específico de uso da<br />

informação, identificado nas pesquisas com os movimentos sociais organizados no campo da<br />

saúde pública, que estabelece, pelo diálogo, perspectivas inovadoras de lidar com a realidade a<br />

partir de uma pluralidade de discursos, com base na admissão de pontos de interesses comuns.<br />

Pode ser considerado um tipo específico de conhecimento social, construído pelo<br />

compartilhamento do saber prático das comunidades ao interagir, por exemplo, com o saber de<br />

caráter técnico-especializado oferecido pelos serviços públicos.<br />

Metodologicamente falando, procuraram-se subsídios nos princípios da etnografia.<br />

Procurou-se fazer uma “descrição densa” das reuniões do Consep, que tomou forma narrativa,<br />

objetivando a compreensão dos sujeitos da informação a partir de sua própria perspectiva<br />

diante de problemas ligados à criminalidade e à segurança pública.

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