Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Do que 102<br />
Duque<br />
obviamente as <strong>de</strong>clarações: “Isso é<br />
com d. Margarida”.<br />
Do que. Com verbos segui<strong>do</strong>s da preposição<br />
<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se usar <strong>do</strong> que, e nunca<br />
o que: Não sei <strong>do</strong> que ele gosta (e<br />
nunca: Não sei o que ele gosta). Embora<br />
correta, evite a forma o <strong>de</strong> que<br />
por só ter uso literário e antigo: Não<br />
sei o <strong>de</strong> que ele gosta.<br />
Do que (comparação). Ver comparações<br />
(formas), página 72.<br />
Dos que. Concordância no plural, assim<br />
como <strong>de</strong>sses que ou daqueles que:<br />
Não sou <strong>do</strong>s que (<strong>de</strong>sses que, daqueles<br />
que) se abalam com pouco. / Ele<br />
é <strong>do</strong>s que (<strong>de</strong>sses que, daqueles que)<br />
fazem alar<strong>de</strong> à toa.<br />
Doutor. Dê esse tratamento apenas aos<br />
médicos. E na forma abreviada: dr.<br />
Dublê. Evite: virou lugar-comum dizer<br />
que alguém é “dublê <strong>de</strong> ministro e<br />
candidato” ou “dublê <strong>de</strong> joga<strong>do</strong>r e<br />
empresário”, por exemplo.<br />
Dupla. Concordância no singular: A<br />
dupla Jacqueline e Sandra ganhou<br />
medalha <strong>de</strong> ouro em Atlanta (e não<br />
“ganharam”).<br />
Duplo senti<strong>do</strong>. Evite as orações ou palavras<br />
que possam dar falsa idéia <strong>do</strong><br />
que se escreveu, mesmo que essa impressão<br />
seja momentânea e se <strong>de</strong>sfaça<br />
com a leitura mais atenta <strong>do</strong> texto.<br />
Na maior parte das vezes — lembrese<br />
— o leitor passa pela notícia, apenas,<br />
e não se <strong>de</strong>tém nela. Veja alguns<br />
exemplos <strong>de</strong> dubieda<strong>de</strong>:<br />
O <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> conversou com o presi<strong>de</strong>nte<br />
da Câmara na sua sala (<strong>de</strong><br />
qual <strong>de</strong>les?). / X não aceita Y; quer o<br />
irmão (o próprio ou o <strong>de</strong> Y?). / De 200<br />
<strong>de</strong>núncias a regional só pune 15 (<strong>de</strong>núncias<br />
ou infratores? — no caso,<br />
eram infratores). / Ela aparecerá brevemente<br />
(no caso, preten<strong>de</strong>u-se dizer<br />
rapidamente e não em breve) num seria<strong>do</strong>.<br />
/ Prefeito reassume pedin<strong>do</strong><br />
aumento <strong>de</strong> salário (não era para ele,<br />
mas para os trabalha<strong>do</strong>res). / Eleva<strong>do</strong><br />
o prejuízo das lojas (está eleva<strong>do</strong> ou<br />
foi eleva<strong>do</strong>?). / Não existe nenhuma<br />
possibilida<strong>de</strong> que seja reformulada<br />
(não era a possibilida<strong>de</strong>, mas o que se<br />
disse antes que seria reformula<strong>do</strong>). /<br />
Ladrão <strong>de</strong> carro tem pena (foi puni<strong>do</strong>,<br />
e não ficou com pena) até o ano<br />
2000. / Apesar <strong>de</strong> uma bola na trave<br />
<strong>de</strong> Baiano (na verda<strong>de</strong>, foi Baiano<br />
quem chutou a bola na trave).<br />
Mais alguns casos: Centro vai funcionar<br />
até agosto (isto é, até agosto<br />
começa a funcionar e não funcionará<br />
apenas até agosto). / Mesa-re<strong>do</strong>nda<br />
<strong>de</strong>bate saída para crises em <strong>São</strong><br />
<strong>Paulo</strong> (<strong>de</strong>bate em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> ou as crises<br />
é que são em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>? — no<br />
caso, <strong>de</strong>bate em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>). / A loucura<br />
<strong>de</strong> João, que contagiou a mulher<br />
(quis-se falar <strong>de</strong> João, que havia contagia<strong>do</strong><br />
a mulher com Aids antes <strong>de</strong><br />
ficar louco). / Uma promoção especial<br />
para você, que está nos últimos<br />
dias (a promoção ou você está nos últimos<br />
dias?). / Artista nu impe<strong>de</strong> que<br />
<strong>jornal</strong> circule (não foi um homem nu<br />
que impediu, mas a publicação <strong>de</strong><br />
uma foto sua, nu, levou à suspensão<br />
da circulação <strong>do</strong> <strong>jornal</strong>). / Mutirão<br />
contra a violência <strong>do</strong> governo completa<br />
um ano (o mutirão é que é <strong>do</strong><br />
governo, não a violência, como o<br />
texto insinua erroneamente). / Preso<br />
acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> crime (trata-se <strong>de</strong> um<br />
preso que foi acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> crime ou da<br />
prisão <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> um crime?).<br />
Há uma situação especial, digna da<br />
maior atenção, em que se termina por<br />
afirmar o contrário <strong>do</strong> que se preten<strong>de</strong>:<br />
Sem concurso público, como<br />
manda a lei, o governa<strong>do</strong>r nomeou o<br />
procura<strong>do</strong>r. / Deixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> consultar<br />
o Congresso, como <strong>de</strong>termina a<br />
Constituição, o presi<strong>de</strong>nte nomeou o<br />
embaixa<strong>do</strong>r. Nos <strong>do</strong>is casos, a lei<br />
manda realizar concurso público e<br />
consultar o Congresso, embora a rigor<br />
a notícia afirme exatamente o oposto<br />
(sem concurso, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a lei,<br />
ou <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> consultar o Congresso,<br />
<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Constituição).<br />
Duque. Feminino: duquesa.