Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Por si só 229<br />
Possível<br />
quais: To<strong>do</strong>s lutamos por que (para<br />
que) haja maior justiça social. / Estavam<br />
ansiosos por que (para que) ela<br />
voltasse. / Este é o caminho por que<br />
(pelo qual) seguiu. / Mataram a cobra<br />
por que (pela qual) a criança fora picada.<br />
/ Eram os nomes <strong>de</strong> solteiras<br />
por que (pelos quais) as amigas sempre<br />
as haviam chama<strong>do</strong>.<br />
2 — Usa-se por quê<br />
Quan<strong>do</strong>, nos casos previstos na<br />
questão anterior, encerra a frase: As<br />
torcidas nunca aceitam o resulta<strong>do</strong><br />
adverso. Por quê? / Estava triste sem<br />
saber por quê. / O diretor nos advertiu<br />
e perguntamos por quê (razão nos<br />
advertiu). / Muitos protestaram, mas<br />
não havia por quê (motivo protestar).<br />
/ Vocês brigaram, meu Deus, por<br />
quê?<br />
3 — Usa-se porque<br />
Quan<strong>do</strong> equivale a pois, porquanto,<br />
uma vez que, pelo fato ou motivo<br />
<strong>de</strong> que: Não viajei porque perdi o<br />
avião. / Chegue ce<strong>do</strong> porque o estádio<br />
hoje vai ficar lota<strong>do</strong>. / O espetáculo<br />
foi cancela<strong>do</strong> porque não havia<br />
teatro disponível. Observação. É<br />
também essa a forma que aparece nas<br />
orações em que se pergunta algo propon<strong>do</strong><br />
uma resposta: Você não foi porque<br />
choveu? / Vamos reduzir o número<br />
<strong>de</strong> páginas da revista porque o<br />
papel está escasso?<br />
4 — Usa-se porquê<br />
Quan<strong>do</strong>, como substantivo, substitui<br />
as palavras motivo, causa, razão,<br />
pergunta ou indagação: Não sei o<br />
porquê da sua recusa. / O diretor não<br />
quis explicar os porquês da <strong>de</strong>cisão. /<br />
Havia muitos porquês para poucas<br />
respostas. / É uma criança cheia <strong>de</strong><br />
porquês.<br />
Por si só. Ver só, sós (por si), página 272.<br />
“Por sorte”. Nunca use essa forma no<br />
noticiário, em frases como: Por sorte,<br />
ninguém morreu no aci<strong>de</strong>nte. O texto<br />
informativo <strong>de</strong>ve ser neutro e não expressar<br />
<strong>de</strong>sejos. Se for o caso, faça a<br />
ressalva: Embora o carro tenha fica-<br />
<strong>do</strong> totalmente <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>, ninguém<br />
morreu no aci<strong>de</strong>nte.<br />
Portenho. Não é sinônimo <strong>de</strong> argentino:<br />
<strong>de</strong>signa apenas o natural <strong>de</strong> Buenos<br />
Aires.<br />
Porventura. Equivale a acaso e escrevese<br />
numa única palavra: Se porventura<br />
você viajar ainda hoje, não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />
me avisar. / Porventura você viu o<br />
livro por aí?<br />
Pós. 1 — Como prefixo, é normalmente<br />
segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> hífen: pós-bíblico, pósdata<strong>do</strong>,<br />
pós-diluviano, pós-eleitoral,<br />
pós-operatório, pós-romano, pós-socrático.<br />
Exceções: poscefálico, posfácio,<br />
poslúdio, pospasto, posponto,<br />
pospor, postônico.<br />
2 — Na formação <strong>de</strong> palavras, use<br />
sempre pós e não “post”, que só tem<br />
senti<strong>do</strong> em locuções latinas como<br />
post-meridiem e post-mortem.<br />
Posar, pousar. 1 — Sem u sempre que<br />
significar servir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo, apresentar-se<br />
como: Posou para o fotógrafo. /<br />
Sempre posa <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrata. 2 — Pousar,<br />
entre outros, tem o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> colocar<br />
em, <strong>de</strong>scansar, passar a noite,<br />
<strong>de</strong>scer: A moça pousou a xícara na<br />
mesa. / A tropa an<strong>do</strong>u <strong>do</strong>is dias sem<br />
pousar. / Os viajantes pousaram no<br />
rancho. / A ave pousou no galho. / O<br />
avião pousou sem problemas.<br />
Possível. 1 — Com o mais, o menos, o<br />
maior, o menor, o melhor e o pior,<br />
possível fica invariável: Os resulta<strong>do</strong>s<br />
são o mais promissores possível. /<br />
Os resulta<strong>do</strong>s são o mais possível<br />
promissores. / Os resulta<strong>do</strong>s são promissores<br />
o mais possível. (Das três<br />
formas, a primeira é mais usual.) / O<br />
<strong>jornal</strong> atingiu o maior número <strong>de</strong> páginas<br />
possível. / Elas viviam no melhor<br />
<strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s possível. 2 — O artigo<br />
no plural leva o adjetivo para o<br />
plural: Os resulta<strong>do</strong>s foram os piores<br />
possíveis. / Os resulta<strong>do</strong>s foram os<br />
menos brilhantes possíveis. / Aquelas<br />
eram as mais belas músicas possíveis.<br />
/ Os alunos obtiveram as menores<br />
notas possíveis. 3 — Antes <strong>de</strong><br />
particípio, use mais bem e mais mal