Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Se (uso erra<strong>do</strong>) 261 Seção, secção, sessão, cessão<br />
instituir. Por isso, no Esta<strong>do</strong>, prefira<br />
o plural.)<br />
3 — Há casos em que a locução verbal<br />
fica invariável (o sujeito é o infinitivo).<br />
Regra prática: se o infinitivo<br />
não pu<strong>de</strong>r ser substituí<strong>do</strong> por ser mais<br />
particípio, o auxiliar fica no singular.<br />
Exemplos: Preten<strong>de</strong>-se refazer as normas<br />
<strong>de</strong> <strong>estilo</strong> (não se po<strong>de</strong> dizer “preten<strong>de</strong>m<br />
ser refeitas”, ao contrário <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>vem-se refazer as normas, equivalente<br />
a <strong>de</strong>vem ser refeitas as normas).<br />
Outros exemplos: Não se conseguiu<br />
obter informações. / Tenta-se contratar<br />
novos funcionários. / Quer-se introduzir<br />
novos processos <strong>de</strong> impressão.<br />
4 — Note que o verbo isola<strong>do</strong> (caso<br />
1) e o auxiliar, nestes casos (<strong>de</strong>ver,<br />
po<strong>de</strong>r, costumar), são sempre transitivos<br />
diretos (introduzem objeto direto).<br />
Se o verbo for transitivo indireto<br />
(segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> preposição), fica invariável:<br />
Precisa-se <strong>de</strong> ascensoristas. /<br />
Trata-se <strong>de</strong> casos sem solução. /<br />
Deve-se recorrer a novos exemplos. /<br />
Só se falava <strong>de</strong>sses joga<strong>do</strong>res. / É urgente<br />
que se rompa com esses padrões<br />
(e nunca “precisam-se” <strong>de</strong>,<br />
“tratam-se” <strong>de</strong>, “<strong>de</strong>vem-se” recorrer<br />
a, só “se falavam” <strong>de</strong>sses, que “se<br />
rompam” com, etc.).<br />
Se (uso erra<strong>do</strong>). Não se usa o pronome<br />
se:<br />
1 — Em expressões como difícil <strong>de</strong>,<br />
fácil <strong>de</strong>, bom <strong>de</strong>, ruim <strong>de</strong>, passível <strong>de</strong>,<br />
duro <strong>de</strong>, agradável <strong>de</strong>, etc., que já têm<br />
valor passivo (difícil <strong>de</strong> ser feito, fácil<br />
<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong>): fácil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r,<br />
difíceis <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r, bom <strong>de</strong> fazer, ruim<br />
<strong>de</strong> tomar, passível <strong>de</strong> errar, duro <strong>de</strong><br />
roer, agradável <strong>de</strong> recordar.<br />
2 — Quan<strong>do</strong> o conjunto pronome<br />
mais infinitivo equivale a um adjetivo<br />
(é <strong>de</strong> admirar = é admirável): Foi<br />
<strong>de</strong> espantar (espantosa) tamanha ousadia.<br />
/ Eram <strong>de</strong> esperar (esperadas)<br />
melhores relações entre os <strong>do</strong>is países.<br />
/ Foram <strong>de</strong> pasmar suas ofensas.<br />
/ Serão <strong>de</strong> temer novos retroces-<br />
sos. / É <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que ele se comporte<br />
<strong>de</strong>ssa forma. Igualmente: <strong>de</strong><br />
notar, <strong>de</strong> impressionar, <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r,<br />
<strong>de</strong> tolerar, <strong>de</strong> acreditar. No negativo,<br />
usa-se a mesma forma: Não<br />
serão <strong>de</strong> temer tais retrocessos. / Não<br />
é <strong>de</strong> espantar que se comporte<br />
assim. / Não seria <strong>de</strong> esperar tamanha<br />
compreensão.<br />
3 — Quan<strong>do</strong> não tem função alguma<br />
na oração: É preciso pensar (e não<br />
“pensar-se”) nisso. / É preciso cogitar<br />
(e não “cogitar-se”) <strong>de</strong>sse caso. / É<br />
hora <strong>de</strong> fazer o inventário. / É difícil<br />
conseguir a cura da aids. / É comum<br />
encontrar pessoas paradas nessa esquina.<br />
/ Esta é uma forma <strong>de</strong> fortalecer<br />
o parti<strong>do</strong>. / O contra-ataque é a<br />
maneira mais fácil <strong>de</strong> chegar ao gol. /<br />
Há planos para construir um centro<br />
<strong>de</strong> produção em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.<br />
“Se a”, “se o”, “se as”, “se os”. <strong>São</strong> erradas<br />
orações em que o se aparece na<br />
função <strong>de</strong> sujeito ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> pronome:<br />
Não “se o” sabe. / Sempre “se a” vê. /<br />
As páginas ficarão mais legíveis <strong>de</strong>senhan<strong>do</strong>-“se-as”<br />
à tinta. / Fazen<strong>do</strong>-<br />
“se-os” sair já, chegarão ao litoral<br />
antes <strong>de</strong> escurecer. Outros exemplos<br />
veta<strong>do</strong>s: “dê-se-o”, “diz-se-a”, “acredita-se-o”,<br />
etc. Não confunda com o<br />
se conjunção: Se o homem sair... / Se<br />
as mulheres vierem...<br />
Se acaso... É a forma correta: “Se acaso<br />
você chegasse...” / Se acaso você viajar<br />
ainda hoje, não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> me avisar.<br />
Não existe a construção “se caso”<br />
você viajar... Há, isto sim, o equivalente:<br />
Caso você viaje ainda hoje,<br />
não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> me avisar.<br />
Seção, secção, sessão, cessão. 1 —<br />
Seção. Equivale a divisão, repartição,<br />
segmento, parte <strong>de</strong> uma publicação<br />
ou <strong>de</strong> um to<strong>do</strong>, setor, etc.: Seção Eleitoral,<br />
Seção <strong>de</strong> Tráfego, Seção <strong>de</strong> Esportes,<br />
seção <strong>de</strong> metais (numa orquestra),<br />
décima seção, capítulo dividi<strong>do</strong><br />
em seções, seção <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong>s<br />
ou <strong>de</strong> roupas, seção <strong>de</strong> linha <strong>de</strong><br />
ônibus. Use seção em vez <strong>de</strong> secção