Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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“Sinalizar” 271<br />
Síndrome<br />
(pleito), vigorar (viger), raiva (hidrofobia),<br />
avião (aeronave), procura (<strong>de</strong>manda),<br />
futuro (porvir), professor<br />
(<strong>do</strong>cente), pesca (captura), juiz (magistra<strong>do</strong>),<br />
projeto (proposição), carro<br />
(veículo ou viatura), militar (castrense),<br />
pressa (açodamento), fugir (evadir-se),<br />
afligir (fustigar), relaxamento<br />
(lassidão), entrar (ingressar), seca (estiagem),<br />
recusar (<strong>de</strong>clinar <strong>de</strong>), observar<br />
(perscrutar), imposto (tributo),<br />
esclarecer (<strong>de</strong>slindar), cida<strong>de</strong> (urbe),<br />
importância (relevância), quantia<br />
(cifra), <strong>de</strong>mora (<strong>de</strong>longa), etc.<br />
4 — Termos técnicos. Se alguns<br />
são necessários, e <strong>de</strong>verão aparecer no<br />
texto acompanha<strong>do</strong>s da explicação,<br />
outros po<strong>de</strong>m ser dispensa<strong>do</strong>s e substituí<strong>do</strong>s<br />
até pelo próprio significa<strong>do</strong>,<br />
com inegáveis vantagens para o leitor.<br />
Por exemplo, no Congresso dá-se<br />
o nome <strong>de</strong> “apoiamento” ao compromisso<br />
<strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> um parlamentar à<br />
iniciativa <strong>de</strong> outro. Em vez <strong>de</strong> usar<br />
apoiamento, então, que exigiria explicação<br />
a seguir, fale apenas em compromisso<br />
<strong>de</strong> apoio ou algo equivalente.<br />
Atente especialmente para casos<br />
como os <strong>do</strong>s exemplos abaixo, em que<br />
se mesclam termos técnicos dispensáveis<br />
e construções que po<strong>de</strong>riam ter<br />
si<strong>do</strong> redigidas <strong>de</strong> maneira menos<br />
enigmática: Buscava um mo<strong>de</strong>lo<br />
capaz <strong>de</strong> permitir maiores áreas <strong>de</strong><br />
insolação e ventilação. / Uma tabela<br />
regressiva <strong>de</strong> alíquotas <strong>de</strong>verá<br />
reger a tributação <strong>de</strong> aplicações em<br />
títulos priva<strong>do</strong>s nominativos, se for<br />
aprovada a nova sistemática fiscal<br />
para o merca<strong>do</strong> financeiro. / A tais<br />
pon<strong>de</strong>rações provenientes <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r<br />
Público, assiste presunção <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong>.<br />
/ O DER quer recuperar a<br />
malha ro<strong>do</strong>viária brasileira. / Atenção:<br />
ônibus no contrafluxo.<br />
5 — Redação viciosa. Mesmo sem<br />
recorrer a termos técnicos, existem<br />
frases <strong>de</strong>snecessariamente complicadas,<br />
nas quais se volta à questão <strong>do</strong><br />
pedantismo. Eis algumas: Os vestibulares<br />
em vários Esta<strong>do</strong>s brasileiros<br />
apresentaram menor índice <strong>de</strong> procura,<br />
fenômeno que passa por interpretações<br />
diferentes. / Ontem à<br />
tar<strong>de</strong>, este curto <strong>de</strong>sabafo <strong>do</strong> ex-presi<strong>de</strong>nte<br />
flutuou em um quarto <strong>de</strong><br />
hospital.<br />
Na maior parte <strong>do</strong>s casos, as construções<br />
são facilmente substituíveis<br />
por outras mais simples e mais próximas<br />
<strong>do</strong> universo <strong>do</strong> leitor: A polícia<br />
<strong>de</strong>cidiu proteger as frotas da <strong>São</strong><br />
<strong>Paulo</strong> Transportes e das empresas<br />
permissionárias (por que não particulares?).<br />
/ Usuários (passageiros)<br />
queixam-se <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ônibus. /<br />
Ônibus ficam sem po<strong>de</strong>r operar (ônibus<br />
não pu<strong>de</strong>ram funcionar). / O<br />
texto está vaza<strong>do</strong> no seguinte teor (o<br />
texto é o seguinte). / Já há uma carga<br />
muito elevada <strong>de</strong> veículos na Avenida<br />
Paulista (o trânsito está intenso<br />
na Avenida Paulista). / A faixa <strong>de</strong> rolamento<br />
da esquerda (a faixa da esquerda).<br />
6 — Palavra que vale uma expressão.<br />
Não diga em duas palavras o que<br />
você pu<strong>de</strong>r exprimir em uma. Votar,<br />
por exemplo, é melhor que “comparecer”<br />
ou “ir às urnas”; mencionar<br />
substitui com vantagem “fazer referência<br />
a”; estrear é muito mais direto<br />
que “fazer a sua estréia”. Que dizer<br />
então <strong>de</strong> governa<strong>do</strong>r como “chefe <strong>do</strong><br />
Executivo estadual”? Ou <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
como “anos <strong>de</strong> vida”? Ou <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />
como “primeiro mandatário da<br />
Nação”? E “no próximo mês <strong>de</strong><br />
março” é em março, simplesmente.<br />
“Sinalizar”. Use indicar, projetar, apontar<br />
e equivalentes para substituir sinalizar<br />
(mero modismo) em frases<br />
como: O índice <strong>de</strong> hoje projeta (e não<br />
“sinaliza”) uma inflação <strong>de</strong> 10%. / A<br />
fala <strong>do</strong>s ministros tinha tu<strong>do</strong> para indicar<br />
(e não “sinalizar”) um perío<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> alta.<br />
Síndrome. Ver <strong>do</strong>enças, página 100.