Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Silenciar 269<br />
Simplicida<strong>de</strong><br />
Silenciar. Alguém silencia e não silencia-se:<br />
Os barulhentos Roquetes silenciam<br />
para sempre.<br />
Silvícola. E não “selvícola”. Igualmente,<br />
silvicultura.<br />
Símbolo. Liga-se com hífen a outro<br />
substantivo: país-símbolo, idéiassímbolo.<br />
Símbolos químicos. No nome <strong>do</strong> elemento<br />
químico, os dicionários normalmente<br />
dão o seu símbolo. Ver<br />
também abreviaturas, página 23.<br />
Simpatizar com. E não simpatizar-se<br />
com: Ele simpatizou com a casa, com<br />
a moça, com o vizinho.<br />
Simplicida<strong>de</strong>. A simplicida<strong>de</strong> é condição<br />
essencial <strong>do</strong> texto <strong>jornal</strong>ístico:<br />
quanto mais concisa, direta e objetiva<br />
for a notícia, maior o número <strong>de</strong><br />
pessoas que atingirá. Escrever <strong>de</strong> maneira<br />
simples, no entanto, exige esforço<br />
e o atendimento <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />
requisitos.<br />
Veja alguns <strong>de</strong>les: 1 — use frases<br />
curtas e na or<strong>de</strong>m direta; 2 — escolha<br />
palavras acessíveis a qualquer tipo <strong>de</strong><br />
leitor; 3 — opte pelo vocábulo mais<br />
simples que <strong>de</strong>fina uma coisa ou situação;<br />
4 — evite os termos técnicos<br />
<strong>de</strong>snecessários e, quan<strong>do</strong> absolutamente<br />
indispensáveis, não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />
explicá-los; 5 — fuja das frases pernósticas<br />
e pomposas.<br />
1 — Frases curtas e diretas. As<br />
chamadas <strong>de</strong> primeira página cujo<br />
texto se reproduz a seguir são três<br />
bons exemplos <strong>de</strong> texto conciso, objetivo<br />
e direto. Contêm as informações<br />
essenciais em frases curtas, simples<br />
e sem ro<strong>de</strong>ios<br />
O governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral,<br />
Cristovam Buarque (PT), quer arrendar<br />
prédios públicos à iniciativa privada.<br />
O objetivo da medida é reduzir<br />
gastos. Em anúncios <strong>de</strong> <strong>jornal</strong>, o<br />
governa<strong>do</strong>r pôs à disposição <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s<br />
vários imóveis, como um<br />
centro <strong>de</strong> convenções, outro <strong>de</strong> exposições<br />
e um projeto hoteleiro. O pilo-<br />
to Nelson Piquet já arren<strong>do</strong>u o autódromo<br />
da cida<strong>de</strong>.<br />
Um elefante <strong>de</strong> 2 toneladas e 2<br />
metros <strong>de</strong> altura fugiu ontem <strong>do</strong><br />
Circo Sorriso, no km 35 da Ro<strong>do</strong>via<br />
Campinas—Mogi-Mirim. “Parecia<br />
um ban<strong>do</strong> <strong>de</strong> malucos”, disse o <strong>do</strong>no<br />
<strong>do</strong> circo, Ismael Alarcón, sobre a<br />
equipe que se formou para procurar<br />
o animal. O elefante, recaptura<strong>do</strong>,<br />
tinha i<strong>do</strong> tomar banho numa represa.<br />
A inflação não caiu? Então, que<br />
caia o número. Poucos ministros resistiram<br />
à tentação. Em 73, Delfim<br />
Netto quis segurar a inflação e fez a<br />
FGV pesquisar só preços irreais. Depois,<br />
o governo recalculou o índice.<br />
Conclusão: 22%, confusão e greves.<br />
Simonsen expurgou a “inflação <strong>do</strong><br />
chuchu”. Funaro mu<strong>do</strong>u até <strong>de</strong> calcula<strong>do</strong>r:<br />
da FGV ao IBGE. Ontem, o<br />
governo multiplicou índices.<br />
Inversamente, leia uma oração <strong>de</strong><br />
sete linhas cheias em que o redator<br />
não conseguiu colocar um ponto sequer:<br />
Encarnan<strong>do</strong> o espírito <strong>de</strong> lady Godiva<br />
que, segun<strong>do</strong> a lenda, cavalgou<br />
nua por Coventry na Ida<strong>de</strong> Média<br />
para aten<strong>de</strong>r à condição imposta por<br />
seu mari<strong>do</strong>, o senhor feudal da cida<strong>de</strong>,<br />
para revogar taxas impostas à população,<br />
uma manifestante irrompeu<br />
ontem <strong>de</strong>spida na catedral local,<br />
na Grã-Bretanha, e interrompeu um<br />
serviço religioso pelos cem anos da<br />
instalação na cida<strong>de</strong> da primeira fábrica<br />
<strong>de</strong> automóveis <strong>do</strong> país, a Daimler,<br />
dizen<strong>do</strong> que sua mãe havia morri<strong>do</strong><br />
num aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> carro e exibin<strong>do</strong><br />
o corpo pinta<strong>do</strong> com frases como<br />
“A Mãe Terra é a <strong>de</strong>usa”.<br />
Ou estas outras, em que o texto<br />
tortuoso e as intercalações excessivas