Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Ética interna 119<br />
Ética interna<br />
informação na própria fonte que a divulgou.<br />
2 — Palavrões e vulgarida<strong>de</strong>s. Por<br />
princípio e em respeito ao leitor, o Esta<strong>do</strong><br />
não publica palavrões nem vulgarida<strong>de</strong>s.<br />
Assim, to<strong>do</strong> texto que,<br />
mesmo em transcrições, contiver expressões<br />
como essas <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>do</strong><br />
à Direção da Redação. Por vulgarida<strong>de</strong>s<br />
entendam-se termos ou locuções<br />
como: <strong>de</strong> saco cheio, encher o<br />
saco, puxa-saco, bicha, vea<strong>do</strong>, veadagem,<br />
cafetão, porrada, esculhambar,<br />
avacalhação, tesão, pentelho, sapatão,<br />
vaca (não o animal), saco,<br />
mijar, sacanagem, fresco (pejorativo),<br />
frescura, babaca, partir para o<br />
tapa, quebrar a cara, etc.<br />
3 — Palavras ofensivas. Além <strong>do</strong>s<br />
palavrões, há uma série <strong>de</strong> palavras<br />
que ofen<strong>de</strong>m aqueles a quem se dirigem.<br />
Nem to<strong>do</strong> gor<strong>do</strong> aceita ser chama<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>ssa forma, muito menos <strong>de</strong><br />
balofo. Se a pessoa tiver orelhas <strong>de</strong><br />
abano, para que <strong>de</strong>verá o <strong>jornal</strong> agravar<br />
esse complexo? E em que a notícia<br />
ajudará uma pessoa muito feia se<br />
lembrar essa condição a to<strong>do</strong> momento?<br />
O mesmo vale para as rugas ou a<br />
celulite das atrizes, para operações<br />
plásticas tratadas <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>preciativa,<br />
etc. Se as pessoas são vai<strong>do</strong>sas,<br />
por que agredir esse aspecto da sua<br />
personalida<strong>de</strong>? Proceda da mesma<br />
forma com termos como baixinho,<br />
narigu<strong>do</strong>, beiçu<strong>do</strong>, careca, barrigu<strong>do</strong><br />
e outros <strong>do</strong> gênero.<br />
4 — Deficiências físicas. Trate<br />
com dignida<strong>de</strong> os <strong>de</strong>ficientes físicos e<br />
use a palavra técnica, e não termos<br />
populares e ofensivos, para <strong>de</strong>signálos.<br />
Assim, por exemplo, estrábico e<br />
não vesgo, impotente e não broxa.<br />
Outros termos a evitar: caolho, maneta,<br />
perneta, manco, zarolho, etc.<br />
5 — Negro e mulato. Se necessário,<br />
use a forma negro (e nunca preto,<br />
colored, pessoa <strong>de</strong> cor, crioulo, par<strong>do</strong>,<br />
etc.). Mulato e mulata são aceitáveis<br />
quan<strong>do</strong> se justificar a especificação,<br />
na notícia, da cor da pele da pessoa.<br />
No noticiário policial, só faça referência<br />
a negro quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> pessoa<br />
procurada: A polícia procura <strong>do</strong>is homens<br />
negros e um branco, acusa<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>... Nos <strong>de</strong>mais casos, raramente há<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar em brancos, negros<br />
ou mulatos. No noticiário geral,<br />
a palavra só tem senti<strong>do</strong> se a própria<br />
pessoa se referir a ela ou se houver<br />
uma <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> discriminação racial.<br />
Por isso, não <strong>de</strong>screva um joga<strong>do</strong>r,<br />
artista ou personalida<strong>de</strong> como,<br />
por exemplo: João da Silva, 32 anos,<br />
negro (a menos que o personagem<br />
proclame a sua negritu<strong>de</strong>). A única<br />
exceção seria para casos muito incomuns<br />
(o primeiro presi<strong>de</strong>nte negro <strong>de</strong><br />
um país, o primeiro car<strong>de</strong>al negro,<br />
etc.). O Esta<strong>do</strong> não compactua com<br />
casos <strong>de</strong> racismo e os <strong>de</strong>nuncia sempre.<br />
6 — Velho. Na maior parte <strong>do</strong>s<br />
casos, a palavra tem conotação preconceituosa.<br />
Se necessário, revele a<br />
ida<strong>de</strong> da pessoa que ficará clara essa<br />
condição. E i<strong>do</strong>so é sempre preferível<br />
a velho.<br />
7 — Homossexual. É outro termo<br />
que só <strong>de</strong>ve aparecer no noticiário se<br />
tiver relação com o fato <strong>de</strong>scrito. Por<br />
exemplo: um homossexual foi morto<br />
por alguém presumivelmente liga<strong>do</strong><br />
a uma quadrilha especializada em assassinar<br />
esse tipo <strong>de</strong> pessoas. Outro<br />
exemplo: um artista assumidamente<br />
homossexual admite que essa condição<br />
influenciou o seu trabalho. Mais<br />
um: por causa <strong>de</strong> sua opção sexual, alguém<br />
contraiu aids. À exceção <strong>de</strong><br />
casos como esses, não há razão para<br />
menções a respeito.<br />
8 — Menores. Por força <strong>de</strong> lei, menores<br />
envolvi<strong>do</strong>s em crimes não po<strong>de</strong>rão<br />
ter os nomes publica<strong>do</strong>s no <strong>jornal</strong><br />
(i<strong>de</strong>ntifique-os apenas pelas iniciais),<br />
nem suas fotos divulgadas.<br />
Lembre-se, porém, <strong>de</strong> que a inclusão<br />
<strong>do</strong> nome <strong>do</strong>s pais na notícia imediatamente<br />
revelará quem é o menor.