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Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI

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Vírgula 311<br />

Vírgula<br />

fluência da oração principal: Disse,<br />

como era seu hábito, os piores <strong>de</strong>saforos<br />

possíveis. / Não explicou, até<br />

porque nada lhe perguntaram, a<br />

razão daquela estranha atitu<strong>de</strong>. /<br />

“Vejo aqui”, prosseguiu o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>,<br />

“pessoas que não pertencem à Câmara.”<br />

/ Os solda<strong>do</strong>s, que não conheciam<br />

o local, avançaram com me<strong>do</strong>. /<br />

Antes <strong>de</strong> mais nada, pensamos nós,<br />

era indispensável sair dali. / Mais<br />

empenho, e não <strong>de</strong>sculpas, era o que<br />

se pedia. / O casal, com o dinheiro recebi<strong>do</strong>,<br />

conseguiu mobiliar a casa. /<br />

O criminoso, já con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> à morte,<br />

recusava-se a admitir sua culpa. / E,<br />

quan<strong>do</strong> lhe pediram a opinião, disse<br />

que o assunto não era com ele. / Porque,<br />

para tu<strong>do</strong> sair <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>, faltava<br />

a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong>les. / Pois, por injusto<br />

que possa parecer, não adianta ir contra<br />

a natureza.<br />

O que não se po<strong>de</strong> é usar apenas a<br />

segunda vírgula nas intercalações,<br />

como nestes exemplos: O joga<strong>do</strong>r<br />

disse que quan<strong>do</strong> foi atingi<strong>do</strong> por<br />

trás, per<strong>de</strong>u o controle (a vírgula<br />

antes <strong>de</strong> quan<strong>do</strong> é indispensável). /<br />

Mas até agora, a única ameaça concreta<br />

é... (existe vírgula antes <strong>de</strong> até). /<br />

E a propósito, <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> vez <strong>de</strong> disputar<br />

a prefeitura (a propósito <strong>de</strong>veria<br />

estar entre vírgulas).<br />

Observação. Não há vírgula se a<br />

oração restringe o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> sujeito<br />

(isto é, não funciona como oração intercalada):<br />

O pai que gosta <strong>do</strong>s filhos<br />

faz tu<strong>do</strong> por eles. / O mais velho <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s que estavam presentes<br />

abriu a sessão da Câmara.<br />

17 — Com sim e não: Sim, senhor,<br />

é o que to<strong>do</strong>s esperavam. / Não, amigos,<br />

ninguém o <strong>de</strong>move <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão.<br />

/ É o que quero, sim. / Não, nunca<br />

pedi isso.<br />

18 — Não existe vírgula antes <strong>de</strong><br />

orações (substantivas) <strong>de</strong>ste tipo: Pedimos<br />

que ele viesse. / Esperamos<br />

que ele saia. / Não sabia se to<strong>do</strong>s o<br />

conheciam. / Não pensava que tu<strong>do</strong><br />

ia se acabar daquela maneira.<br />

19 — No caso <strong>de</strong> inversão violenta<br />

<strong>do</strong>s complementos da frase, a vírgula<br />

po<strong>de</strong> dar-lhe maior clareza: Do<br />

país, a maior riqueza eram os poços<br />

<strong>de</strong> petróleo. (Or<strong>de</strong>m direta: A maior<br />

riqueza <strong>do</strong> país eram os poços <strong>de</strong> petróleo.)<br />

/ A opinião era unânime, <strong>do</strong>s<br />

homens e mulheres. (Or<strong>de</strong>m direta: A<br />

opinião <strong>do</strong>s homens e mulheres era<br />

unânime.).<br />

20 — Jornalisticamente, é o sinal<br />

que se <strong>de</strong>ve a<strong>do</strong>tar, em vez <strong>do</strong> travessão,<br />

para isolar os verbos intercala<strong>do</strong>s<br />

nas <strong>de</strong>clarações ou opiniões: Com<br />

aquela providência, garantiu o prefeito,<br />

a cida<strong>de</strong> resolveria <strong>de</strong>finitivamente<br />

o problema das enchentes. / Esses<br />

recursos, opinou, <strong>de</strong>veriam ser utiliza<strong>do</strong>s<br />

na compra <strong>de</strong> novas vacinas.<br />

Observações finais<br />

1 — A vírgula indica pausa ou ênfase.<br />

Por isso, nos casos em que ela for<br />

facultativa, use o bom senso ou siga o<br />

ritmo da frase (nunca, porém, separan<strong>do</strong><br />

o sujeito <strong>do</strong> verbo ou o verbo <strong>do</strong><br />

complemento).<br />

2 — Evite a virgulação excessiva,<br />

principalmente quan<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong><br />

adjuntos adverbiais se suce<strong>de</strong> na frase:<br />

O presi<strong>de</strong>nte disse, ontem, em Brasília,<br />

às 15 horas, <strong>de</strong>pois da reunião <strong>do</strong><br />

Ministério, que... Se for importante<br />

colocar o horário logo na primeira<br />

frase, ela po<strong>de</strong> ganhar ritmo com uma<br />

pequena inversão: O presi<strong>de</strong>nte disse<br />

às 15 horas <strong>de</strong> ontem, em Brasília, <strong>de</strong>pois<br />

da reunião <strong>do</strong> Ministério, que...<br />

De qualquer forma, intercalações<br />

exageradas sempre prejudicam a<br />

fluência da frase, estejam ou não marcadas<br />

por vírgulas. A or<strong>de</strong>m direta<br />

contornaria to<strong>do</strong>s os problemas, no<br />

caso: O presi<strong>de</strong>nte disse ontem que<br />

as mudanças econômicas... Depois,<br />

po<strong>de</strong>rão ser coloca<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais<br />

<strong>de</strong>talhes.

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