Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Pronomes retos 241<br />
Pronomes retos<br />
pessoa, com o sexo <strong>de</strong> quem recebe o<br />
tratamento: Vossa Alteza (rei) é<br />
justo. / Vossa Alteza (rainha) é justa. /<br />
Vossa Santida<strong>de</strong> (o papa) ficou satisfeito?<br />
/ Vossas Senhorias não precisavam<br />
ficar preocupa<strong>do</strong>s. / Nossa Senhora<br />
é a mãe <strong>de</strong> Cristo.<br />
11 — Possessivo em vez <strong>de</strong> mim,<br />
ti, nós, etc.<br />
Com certas locuções prepositivas,<br />
costuma-se usar o possessivo no lugar<br />
<strong>do</strong>s pronomes oblíquos tônicos (mim,<br />
ti, nós, vós, você e vocês): Ao meu<br />
la<strong>do</strong> (ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> mim). / À tua disposição<br />
(à disposição <strong>de</strong> ti). / Em vosso<br />
favor (em favor <strong>de</strong> vós). / Por sua<br />
causa (por causa <strong>de</strong> você).<br />
12 — Artigo com possessivo. Ver<br />
artigo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> (com possessivo), página<br />
42.<br />
Pronomes retos<br />
1 — Uso geral<br />
a) Use os pronomes <strong>do</strong> caso reto<br />
(eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas)<br />
apenas para dar ênfase ao sujeito, para<br />
opor pessoas diferentes ou para distinguir<br />
os pronomes que tenham a<br />
mesma forma na 1ª e 3ª pessoa <strong>do</strong> singular:<br />
Eu, e mais ninguém, sou o responsável.<br />
/ Ele, sim, sabe dar vida a<br />
um texto. / Estávamos ali os <strong>do</strong>is: ele,<br />
mais velho, e eu, recém-saí<strong>do</strong> da a<strong>do</strong>lescência.<br />
/ Eu disse que ele seria contrata<strong>do</strong><br />
(o oposto: Ele disse que eu<br />
seria contrata<strong>do</strong>).<br />
b) A não ser nesses casos, dispense<br />
o pronome reto, especialmente quan<strong>do</strong><br />
a <strong>de</strong>sinência verbal <strong>de</strong>ixar claro a<br />
qual <strong>de</strong>les o texto se refere: Pediu (ele)<br />
que (nós) saíssemos. / Fizeste (tu) o<br />
que haviam (eles) solicita<strong>do</strong>? / Chegastes<br />
(vós) a tempo para a festa. / Saí<br />
(eu) antes que chovesse. / Fizestes<br />
(vós) o que esperavam (eles)?<br />
Algumas repetições, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>snecessárias,<br />
enfraquecem um texto:<br />
O <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> disse que, <strong>de</strong> posse <strong>do</strong>s<br />
relatórios <strong>do</strong>s superinten<strong>de</strong>ntes, ele<br />
<strong>de</strong>cidiria como proce<strong>de</strong>r (o ele repeti<strong>do</strong><br />
dá até mesmo a impressão <strong>de</strong> re-<br />
ferir-se a outra pessoa). / Ele garantiu<br />
que, só <strong>de</strong>pois que to<strong>do</strong>s tivessem<br />
opina<strong>do</strong>, ele diria o que pensava <strong>do</strong><br />
caso. / Quan<strong>do</strong> eu lhes recomen<strong>de</strong>i<br />
silêncio, eu não esperava que eles<br />
aten<strong>de</strong>ssem tão rapidamente ao pedi<strong>do</strong>.<br />
/ Nós queríamos que to<strong>do</strong>s soubessem<br />
que nós não éramos os culpa<strong>do</strong>s.<br />
2 — Casos especiais<br />
a) Eu. Textos especiais (crônicas,<br />
artigos, etc.) po<strong>de</strong>m a<strong>do</strong>tar a primeira<br />
pessoa como forma <strong>de</strong> expressão,<br />
mas convém evitar, a to<strong>do</strong> custo, o recurso<br />
expresso ao eu, que dá uma <strong>de</strong>sagradável<br />
sensação <strong>de</strong> narcisismo.<br />
Use o verbo na primeira pessoa e<br />
omita o pronome em vez <strong>de</strong> alongarse<br />
em frases como: Quan<strong>do</strong> eu cheguei<br />
a <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, eu trazia a simplicida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> menino que eu fora no interior<br />
e eu não pretendia per<strong>de</strong>r na cida<strong>de</strong><br />
que eu escolhera para morar. /<br />
Eu estou <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> algo que eu construí,<br />
que eu fiz crescer, que eu mantive<br />
na época mais difícil <strong>do</strong> Brasil.<br />
b) Or<strong>de</strong>m na frase. Recomenda a<br />
modéstia que o eu, num sujeito composto,<br />
venha em último lugar: Os primos<br />
e eu (em vez <strong>de</strong> eu e os primos)<br />
estamos prontos. / José, Antônio e eu<br />
começaremos o trabalho amanhã.<br />
c) Nós por eu. No chama<strong>do</strong> plural<br />
<strong>de</strong> modéstia, costuma-se usar nós em<br />
vez <strong>de</strong> eu (ora<strong>do</strong>res, editorialistas, articulistas<br />
e outros). O verbo concorda<br />
com o pronome, mas o adjetivo ou<br />
particípio, como norma, fica no singular<br />
(concorda com a idéia <strong>de</strong> eu):<br />
Nós estamos atento a tu<strong>do</strong> o que se<br />
passa aqui. / Nós nos sentimos honra<strong>do</strong><br />
com esta homenagem. / Antes<br />
sejamos breve que prolixo.<br />
d) Vós por tu ou você. Vós substitui<br />
tu ou você como tratamento <strong>de</strong> cerimônia,<br />
e a concordância se faz como<br />
no caso anterior: Pai nosso, que estais<br />
no céu... / Vós sois o nosso rei. / Vós<br />
estais enganada. / Acho que chegastes<br />
atrasa<strong>do</strong>.