Manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo - NAUI
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Deão 86<br />
Declarações textuais<br />
ter-se alegra<strong>do</strong>... / Reclamou por a (e<br />
não pela) irmã não ter si<strong>do</strong> promovida.<br />
/ Insistiu em o (e não no) filme ser<br />
exibi<strong>do</strong>. / Acreditou em ela ser inocente<br />
(e não nela). / Assistiram a o (e<br />
não ao) Congresso ser fecha<strong>do</strong>. De<br />
qualquer forma, evite as formas a o,<br />
por o, por a, em o, em ela, ruins <strong>jornal</strong>isticamente,<br />
e construa a frase <strong>de</strong><br />
outra maneira.<br />
Observação. Há gramáticos que<br />
aceitam essa contração; o Esta<strong>do</strong>,<br />
porém, segue a norma da língua.<br />
Deão. Plural: <strong>de</strong>ões (prefira), <strong>de</strong>ães e<br />
<strong>de</strong>ãos.<br />
“De até”, “em até”. Use até, simplesmente:<br />
Pagamento até cinco prestações<br />
mensais. / Carro financia<strong>do</strong> até<br />
20 meses.<br />
Debacle. Prefira ruína, <strong>de</strong>rrota, catástrofe.<br />
De baixo, <strong>de</strong>baixo. Separa<strong>do</strong> em frases<br />
como olhar <strong>de</strong> baixo a cima, roupa <strong>de</strong><br />
baixo. Nos <strong>de</strong>mais casos, <strong>de</strong>baixo:<br />
Subiu <strong>de</strong>pressa, mas agora está <strong>de</strong>baixo.<br />
/ Estava <strong>de</strong>baixo da árvore.<br />
Debater. Regência. 1 (tr. dir.) — Empresários<br />
querem <strong>de</strong>bater o pacto. 2 (tr.<br />
dir. e ind.) — Empresários querem <strong>de</strong>bater<br />
pacto com trabalha<strong>do</strong>res. 3<br />
(intr.) — Não estavam <strong>de</strong>baten<strong>do</strong>, estavam<br />
discutin<strong>do</strong>. 4 (pron.) — O<br />
<strong>do</strong>ente <strong>de</strong>batia-se no leito. 5 — Não<br />
existe a forma <strong>de</strong>bater sobre alguma<br />
coisa (use <strong>de</strong>bater pacto, por exemplo,<br />
e não <strong>de</strong>bater sobre pacto).<br />
Debruçar-se. Alguém se <strong>de</strong>bruça e não<br />
<strong>de</strong>bruça, simplesmente: A moça <strong>de</strong>bruçou-se<br />
na janela. / Debruçou-se a<br />
noite toda sobre os livros.<br />
Debutante, <strong>de</strong>butar. Aceitáveis apenas<br />
para <strong>de</strong>finir a apresentação <strong>de</strong> uma<br />
jovem à socieda<strong>de</strong>. Nos <strong>de</strong>mais casos,<br />
use estreante e estrear.<br />
Decerto. Uma palavra só.<br />
Decigrama. Palavra masculina: um <strong>de</strong>cigrama.<br />
Decímetro. Ver distância, página 98.<br />
Décimo terceiro. Sem hífen.<br />
Declarações textuais. 1 — A reprodução<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações textuais (entre aspas)<br />
é importante e valoriza o texto. E<br />
principalmente mostra ao leitor que<br />
houve preocupação <strong>do</strong> repórter em recolher<br />
opiniões ou frases originais,<br />
expressivas, marcantes, <strong>de</strong> efeito ou<br />
espirituosas.<br />
2 — É preciso, porém, ter o senso<br />
exato da medida: nem <strong>de</strong>clarações<br />
textuais em excesso, que dêem ao leitor<br />
a impressão <strong>de</strong> informações <strong>de</strong>rramadas<br />
na lauda sem nenhum critério,<br />
nem <strong>de</strong>clarações textuais <strong>de</strong> menos,<br />
que não permitam ao leitor ao menos<br />
saber se o repórter efetivamente falou<br />
com o entrevista<strong>do</strong> ou se apenas recolheu<br />
informações <strong>de</strong> segunda mão<br />
sobre as suas opiniões.<br />
3 — Algumas recomendações <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m prática sobre a forma <strong>de</strong> utilizar<br />
este recurso:<br />
a) Procure usar <strong>de</strong>clarações textuais<br />
a cada um ou <strong>do</strong>is parágrafos da<br />
matéria. Uma frase por parágrafo já<br />
seria uma boa medida e ela funcionaria<br />
quase como uma testemunha que<br />
confirmasse a história ou fato que o<br />
repórter quer levar ao leitor. Exemplo:<br />
A queda <strong>de</strong> uma barreira provocou<br />
congestionamento <strong>de</strong> 20 quilômetros<br />
na Marginal <strong>do</strong> Pinheiros, em<br />
<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>. “Foi horrível”, disse a advogada<br />
Denise Barros, que ficou<br />
presa no trânsito durante quatro<br />
horas. O texto conta uma história e<br />
usa a personagem para lhe dar veracida<strong>de</strong>.<br />
O leitor ten<strong>de</strong>rá a confiar mais<br />
nas informações que lhe estão sen<strong>do</strong><br />
transmitidas (não é só o repórter que<br />
está dizen<strong>do</strong> aquilo; outra pessoa está<br />
confirman<strong>do</strong> a informação).<br />
b) É preciso, no entanto, saber usar<br />
bem as aspas. Veja como a frase seria<br />
reproduzida erradamente: A advogada<br />
Denise Barros, que passava pelo<br />
local, diz que “foi horrível ficar presa<br />
no trânsito durante quatro horas”. O<br />
recomendável: “Foi horrível”, disse a<br />
advogada Denise Barros, que passa-