Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
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INSTRUÇÕES<br />
tenta a revanche contra aquele que está orando; ou bem ele inflama sua<br />
cólera para destruir o estado excelente realizado nele pela prece, ou bem<br />
ele excita algum prazer irracional para insultar a inteligência. (Or., 48)<br />
Em outros termos, o demônio ataca as duas faculdades irracionais da alma. Mas<br />
ele só consegue fazê-lo se as partes concupiscente e irascível não estiverem sob<br />
o domínio da abstinência e da caridade (cf. Pr., 38), assim como das virtudes que<br />
lhes são associadas, a prudência e a coragem (cf. PR., 89). Quando uma destas<br />
virtudes “práticas” é negligenciada, um ponto fraco aparece. Pois a virtude é<br />
fundamentalmente uma: apenas suas manifestações são variadas (cf. Pr., 98).<br />
Convém assim estar atento a si mesmo de maneira a tornar o mais difícil<br />
possível o acesso do Mal, graças ao progresso no caminho das virtudes (cf.<br />
M.C., 15).<br />
CAPÍTULO 45<br />
Os demônios traiçoeiros fazem vir ao seu auxílio demônios ainda mais<br />
astutos do que eles, e eles brigam entre si por suas disposições; eles só estão<br />
de acordo numa coisa, que é a perda da alma.<br />
Quanto mais progresso faz o homem, mais violenta se torna a resistência dos<br />
demônios (Pr., 59), cada qual mais malvado do que o outro (cf. K.G., IV, 33). É<br />
interessante ver mais claro como se dá este jogo.<br />
Existe também uma sucessão de demônios, se o primeiro falha no combate<br />
e não está mais à altura de excitar a paixão que lhe corresponde. Assim,<br />
se examinarmos esta sucessão, eis o que descobriremos: quando os<br />
pensamentos de uma paixão – não importa qual seja – tornam-se raros<br />
por um longo tempo e que subitamente acontece, de modo imprevisto, que<br />
eles entrem em ebulição e se coloquem em movimento, sem que tenhamos<br />
fornecido ocasião por negligência ou descuido, saberemos que um novo<br />
demônio, mais astuto que o precedente, nos tomou a seu cargo tomando o<br />
lugar do que fugiu e somando-se, por sua própria astúcia, às enganações<br />
do primeiro. E este novo demônio aprenderá, ele também, a conhecer<br />
exatamente nossa alma enquanto a combate, sem que nenhum pretexto<br />
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