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Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS<br />

enquanto praktikos. Se a “tentação do gnostikos” que vive “segundo o intelecto”<br />

(Or., 110), é uma “falsa opinião” (Gn., 42), a do praktikos é “um pensamento<br />

que cresce a partir da parte passional da alma”, ou seja das duas faculdades<br />

irracionais, a irascível e a concupiscente. Daí, Evagro define o praktikos:<br />

Um intelecto prático é aquele que recebe sempre de maneira impassível as<br />

representações deste mundo. (Sk., 16)<br />

E num paralelo entre o praktikos e o gnostikos ou theoretikos (contemplativo),<br />

podemos ler:<br />

O praktikos é aquele que leva uma vida piedosa e reta no mundo<br />

constituído em pensamento. (Sk., 38)<br />

O theoretikos é aquele que modela em pensamento o mundo sensível<br />

unicamente em função de seu conhecimento. (Sk., 39)<br />

Assim, enquanto que as tentações do contemplativo se situam no plano do<br />

conhecimento, da fé reta e da doutrina ortodoxa (in Ps., CXLIII, 7e), as do<br />

praktikos concernem à atitude correta de seu espírito em relação às coisas e,<br />

correlativamente, em relação às suas representações. Como se comportar, então?<br />

Uma “flecha incendiária” (Efe., VI, 16) abrasa a alma; mas o homem<br />

prudente “extingue” (esta flecha). (Mn., 70)<br />

Se ele não o fizer, e se for ferido pela “flecha incendiária” do pensamento ruim<br />

(o “mau logismos”) (K.G., VI, 53), esta obscurecerá o intelecto, “cegando-o” e<br />

arrebatando-lhe a “luz” do conhecimento (cf. Ep., XXVIII, e.a). Mas aqui, tratase<br />

já de um “pecado do praktikos”, que será tratado no capítulo seguinte.<br />

CAPÍTULO 75<br />

O pecado do monge é o consentimento ao prazer proibido proposto pelo<br />

pensamento.<br />

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