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Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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INSTRUÇÕES<br />

CAPÍTULO 50<br />

Se um monge quiser conhecer por experiência os demônios cruéis e se<br />

familiarizar com sua arte, que ele observe os pensamentos, registre suas<br />

tensões, seus relaxamentos, seus entrelaçamentos, seus momentos, quais<br />

demônios fazem isto ou aquilo, qual demônio segue-se a outro, qual não; e<br />

que ele inquira Cristo a respeito das razões dessas coisas. Com efeito, eles<br />

não podem suportar aqueles que se dedicam com ciência à prática,<br />

desejosos que são de “ferir na sombra os que têm o coração reto”.<br />

A “sombra” da ignorância, que permite aos demônios se aproveitarem de nós,<br />

deve primeiramente ser dissipada dentro do próprio coração.<br />

Numerosas paixões estão escondidas em nossas almas que, conquanto nos<br />

escapem, são reveladas pelas tentações vivas que sofremos; é preciso que<br />

“guardemos o coração com toda vigilância” de medo que, quando surja o<br />

objeto pelo qual temos uma paixão, não sejamos assaltados subitamente<br />

pelos demônios e não façamos alguma dessas coisas que são abomináveis<br />

a Deus. (K.G., VI, 52)<br />

Pensando bem, as paixões possuem um caráter, no fundo, positivo. Não apenas<br />

porque elas nos aproximam de Deus a quem pedimos auxílio e assistência (cf.<br />

Ep., I, 5), mas ainda por que elas nos ensinam sobre nós mesmos.<br />

“Eles me interrogaram sobre aquilo que eu não sabia”; os homens não<br />

podem, por si sós, reconhecer os vícios. Mas se eles são “interrogados”<br />

pelos inimigos, na forma dos pensamentos, eles chegam ao conhecimento<br />

do vício. Eu dou aqui o nome de conhecimento à experiência, pois ela<br />

também é chamada de conhecimento. DE fato, está escrito: “Adão<br />

conheceu Eva, sua mulher” (Gn., IV, 1). (in Ps., XXXIV, 11)<br />

Para alcançar este conhecimento pela via da experiência, talvez seja necessário<br />

um acordo com a tentação!<br />

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