OS OITO PENSAMENTOS Evagro diz que a ebulição da cólera torna a alma “selvagem”, “bestial” poder-seia dizer (O. Sp., [IX] 4, 1). E aqui não devemos pensar apenas, nem em primeiro lugar, nos animais chamados de selvagens, mas antes de mais nada nos demônios à caça da “cólera” selvagem (K.G. I, 68) e da qual as “bestas selvagens” são justamente o símbolo (in Ps., LXXIII, 19). Um monge colérico é como um javali solitário que mal divisa alguém e já lhe arreganha os dentes. (O. Sp. , [IX], 4,4) Aqui, da mesma maneira, não devemos nos enganar pelo tom cáustico: este “javali” (cf. Sl. LXXIX, 14) que pisoteia a “vinha” da alma, é um símbolo de Satanás (in Ps., LXXIX, 13). Aquele que se deixa dominar pela cólera torna-se um “demônio”, uma “serpente basilisco” (Ep., LVI, 4.5). Esta cólera interior pode ter múltiplas causas e não somente, como aqui, uma ofensa (real ou suposta) que tenhamos sofrido pessoalmente. Como vimos no capítulo anterior, o demônio dedica-se habilmente a erguer, diante do olhar espiritual do monge, a visão daqueles a quem ele ama sendo maltratados e ultrajados das piores maneiras, a fim de colocá-lo em um estado de raiva impotente – embora aparentemente justificada (M.C., 16). “Ora, não há cólera justa contra o próximo” (Or., 24). A consequência desta ebulição de cólera interior, é que o espírito se enche de “imagens” desses ofensores e desses monstros, que tornam-se para ele verdadeiros “ídolos” (M.C., 27); assim, o espírito comporta-se em relação a eles como se se tratasse de pessoas reais, ou seja ele diz ou faz aquilo que é proibido (M.C.r.l., 24). E isto acontece precisamente no momento da prece, quando o espírito deveria estar inteiramente livre de tudo, principalmente de “imagens” desta espécie. Pois, na oração, é um verdadeiro “julgamento” que se institui sobre todo pecado da cólera, ainda que o mais ínfimo (Or., 12). Eis porque Evagro dá a maior atenção aos movimentos da cólera, qualquer que seja sua forma, de ressentimento ou de raiva tenazes, uma vez que a prece é o que coloca em movimento aquilo a que chamamos de “vida espiritual”: 60
OS OITO PENSAMENTOS Armado contra a cólera, você não admitirá jamais a cobiça; pois é ela que fornece matéria para a cólera, e esta perturba o olho espiritual, destruindo assim o estado de prece. (Or., 27) Os fenômenos psico-somáticos ligados ao ressentimento, ou seja a cólera encruada, aparecem também, para Evagro, como consequência de outro tipo de pensamentos. Assim por exemplo a tristeza, para a qual o Antirrhétikos fornece numerosos exemplos, e o orgulho (cf. M.C., 23;r.l., 22). Estes fenômenos produzem-se durante a noite, pois, assim como a prece, que é o estado mais avançado da vigília, o sono, com os sonhos que fazem aparecer o inconsciente (como se diz hoje em dia), é uma pedra de toque do “estado da alma” (Pr., 26). 61
- Page 3 and 4:
Tradução do grego e comentários:
- Page 5 and 6:
A todos os mestres, para retribuir
- Page 7 and 8:
INTRODUÇÃO 1. O AUTOR E SUA OBRA
- Page 9 and 10:
Ao invés de se encaminhar para a c
- Page 11 and 12: sua eclosão. Sem que os suspeitos
- Page 13 and 14: Este Anatolios talvez possa ser ide
- Page 15 and 16: chamado por Evagro de “alma racio
- Page 17 and 18: mandamentos” (Ep., LX, 1) e “es
- Page 19 and 20: Assim, sem a misericórdia de Crist
- Page 21 and 22: Do início da criação ao seu coro
- Page 23 and 24: Concretamente, antes de se manifest
- Page 25 and 26: (Ep., XLIII, 2), a fim de que a cri
- Page 27 and 28: eal e perfeito, o Cristo que diz:
- Page 29 and 30: separadamente (e muitas vezes tamb
- Page 31 and 32: PRÓLOGO E no entanto, o “profeta
- Page 33 and 34: PRÓLOGO ss.) ele pode deduzir que
- Page 35 and 36: PRÓLOGO Senhor’ (1 Co., VII, 32)
- Page 37 and 38: PRÓLOGO ‘dá sombra’ a todos o
- Page 39 and 40: PRÓLOGO Deus trinitário (Cent., S
- Page 41 and 42: PRÓLOGO “É pelo amor que conhec
- Page 43 and 44: PRÓLOGO Eis portanto o que não de
- Page 45 and 46: TRATADO PRÁTICO CAPÍTULO 1 O Cris
- Page 47 and 48: TRATADO PRÁTICO Mas apenas aqueles
- Page 49 and 50: TRATADO PRÁTICO “verdadeira” e
- Page 51 and 52: TRATADO PRÁTICO justa diante dos o
- Page 53 and 54: OS OITO PENSAMENTOS OS OITO PENSAME
- Page 55 and 56: OS OITO PENSAMENTOS Os maus pensame
- Page 57 and 58: OS OITO PENSAMENTOS CAPÍTULO 8 O d
- Page 59 and 60: OS OITO PENSAMENTOS pelo trabalho q
- Page 61: OS OITO PENSAMENTOS arrependimento:
- Page 65 and 66: 63 OS OITO PENSAMENTOS Esta complex
- Page 67 and 68: 65 OS OITO PENSAMENTOS fugir às mu
- Page 69 and 70: OS OITO PENSAMENTOS Deste pensament
- Page 71 and 72: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. vagabun
- Page 73 and 74: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. Da mesm
- Page 75 and 76: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. CAPÍTU
- Page 77 and 78: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. suprema
- Page 79 and 80: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. CAPÍTU
- Page 81 and 82: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. sono, e
- Page 83 and 84: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. [72]),
- Page 85 and 86: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. primeir
- Page 87 and 88: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. CAPÍTU
- Page 89 and 90: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. Pesada,
- Page 91 and 92: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. 12) e a
- Page 93 and 94: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. trajes
- Page 95 and 96: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. se curo
- Page 97 and 98: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. Delicio
- Page 99 and 100: CONTRA OS OITO PENSAMENTOS. O orgul
- Page 101 and 102: SOBRE AS PAIXÕES de não apenas at
- Page 103 and 104: 101 SOBRE AS PAIXÕES É um dado da
- Page 105 and 106: SOBRE AS PAIXÕES É por isso que o
- Page 107 and 108: SOBRE AS PAIXÕES chamado de “gra
- Page 109 and 110: SOBRE AS PAIXÕES V, 78), de tal so
- Page 111 and 112: INSTRUÇÕES Contra o pensamento f
- Page 113 and 114:
INSTRUÇÕES A função natural da
- Page 115 and 116:
INSTRUÇÕES carregam consigo (no c
- Page 117 and 118:
INSTRUÇÕES exterior intervenha, c
- Page 119 and 120:
INSTRUÇÕES Esses pensamentos blas
- Page 121 and 122:
119 INSTRUÇÕES o superior das Kel
- Page 123 and 124:
INSTRUÇÕES A diferença entre os
- Page 125 and 126:
INSTRUÇÕES corpo como “instrume
- Page 127 and 128:
125 INSTRUÇÕES Mas se temos o pro
- Page 129 and 130:
INSTRUÇÕES corrige a teoria. Evag
- Page 131 and 132:
INSTRUÇÕES Estrangeiro é aquele
- Page 133 and 134:
SOBRE O QUE ACONTECE NO SONO SOBRE
- Page 135 and 136:
SOBRE O QUE ACONTECE NO SONO CAPÍT
- Page 137 and 138:
135 SOBRE O QUE ACONTECE NO SONO se
- Page 139 and 140:
SOBRE O ESTADO PRÓXIMO DA IMPASSIB
- Page 141 and 142:
SOBRE O ESTADO PRÓXIMO DA IMPASSIB
- Page 143 and 144:
SOBRE O ESTADO PRÓXIMO DA IMPASSIB
- Page 145 and 146:
SOBRE O ESTADO PRÓXIMO DA IMPASSIB
- Page 147 and 148:
SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILIDADE
- Page 149 and 150:
SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILIDADE
- Page 151 and 152:
SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILIDADE
- Page 153 and 154:
SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILIDADE
- Page 155 and 156:
153 SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILID
- Page 157 and 158:
SOBRE OS SINAIS DA IMPASSIBILIDADE
- Page 159 and 160:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS CONSIDERA
- Page 161 and 162:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS outros, e
- Page 163 and 164:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS enquanto
- Page 165 and 166:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS 2/G.3), o
- Page 167 and 168:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS O “elmo
- Page 169 and 170:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS pessoa, C
- Page 171 and 172:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS início,
- Page 173 and 174:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS de escolh
- Page 175 and 176:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS capítulo
- Page 177 and 178:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS armadilha
- Page 179 and 180:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Este ser
- Page 181 and 182:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Pois se o
- Page 183 and 184:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Quanto ao
- Page 185 and 186:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS VI, 1/G.6
- Page 187 and 188:
185 CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Neste
- Page 189 and 190:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS CAPÍTULO
- Page 191 and 192:
189 CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS A pri
- Page 193 and 194:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS e pela lu
- Page 195 and 196:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS farão de
- Page 197 and 198:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS sentiment
- Page 199 and 200:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS espiritua
- Page 201 and 202:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Por “ne
- Page 203 and 204:
CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS para si m
- Page 205 and 206:
203 CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS Quant
- Page 207 and 208:
EPÍLOGO Eis o que eu tinha a lhe d