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Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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CONTRA OS OITO PENSAMENTOS.<br />

Neste capítulo, Evagro nos ensina que, ao contrário, é preciso “fazer o inverso”<br />

daquilo que eles nos aconselham. Pois entregar as armas, neste caso, equivaleria<br />

a uma debandada diante do indispensável confronto com a realidade, com a<br />

nossa realidade, graças a uma análise impiedosa das verdadeiras “razões de<br />

nossa tristeza”. Como se pode ler capítulo após capítulo no Antirrhetikos, os<br />

demônios são inesgotáveis quando se trata de fornecer más razões para nossas<br />

agressões e para nossa cobiça. O remédio, aqui, será a diakrisis, o discernimento<br />

dos espíritos:<br />

Por conseguinte, o combate levado com discernimento é cheio de<br />

incontáveis tentações. Mas ele determina uma grande pureza de espírito,<br />

pois os demônios não estão em posição para o ridicularizar e denegrir.<br />

Do mesmo modo como é a sabedoria que estabelece o julgamento<br />

prudente das coisas, também as coisas do espírito estão confiadas ao<br />

discernimento. É ele, conforme a palavra profética (cf. Sab., XVII, 7), que<br />

estabelece uma discriminação entre os pensamentos santos e os<br />

[pensamentos] imundos, entre os puros e os impuros, e que desmascara as<br />

maquinações dos demônios zombeteiros que macaqueiam a percepção<br />

sensível e a memória, para induzir ao erro a alma que se lança ao<br />

conhecimento de Cristo (cf. Fil., III, 10-14). (Ep., IV, 4)<br />

CAPÍTULO 23<br />

Não se abandone ao pensamento da cólera, combatendo interiormente<br />

aquele que o ofendeu, nem ao da fornicação, imaginando continuamente o<br />

prazer. De um lado, a alma fica obscurecida, e de outro ela é convidada a se<br />

deixar abrasar pela paixão; nos dois casos, o intelecto sairá respingado; e se,<br />

no momento da oração, você se representar tais imagens e não oferecer<br />

pura a sua oração a Deus, você logo cairá sob o demônio da acídia, que<br />

aguarda precisamente estas ocasiões para despedaçar a alma, como faz um<br />

cachorro com um animalzinho.<br />

Quem não conhece essas discussões imaginárias com aqueles que – de fato ou<br />

não – nos ofenderam? Isto, sem falar das imaginações da sensualidade. As<br />

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