Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
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CONTRA OS OITO PENSAMENTOS.<br />
sono, eles são novamente rodeados por esses animais e vêem sua cela em<br />
chamas e negar da fumaça. E se eles não ligam para essas visões e nem se<br />
desencorajam, logo vêem os demônios travestidos em mulheres langorosas<br />
até a indecência e que parecem ter prazer em balançar-se de maneira<br />
inconveniente, sem nenhuma vergonha. (M.C,r.l., 26, cf. 27)<br />
Sem dúvida um moderno interpretaria de outra forma essas “aparições” noturnas<br />
ou diurnas, que não desconhecidas. Mas pra Evagro uma coisa era certa: os<br />
demônios que, à noite, “pedem o pai espiritual para crivá-lo por eles mesmos”<br />
(Or., 139) não perseguem senão um objetivo: destruir sua prece com essas visões<br />
fantásticas (cf. Or., 50, 69, 92). É portanto deliberadamente que Evagro insere<br />
em seu tratado sobre a oração muitas histórias que ele ouvira ou que lera, todas<br />
mostrando que aquele que ora “verdadeiramente” não se deixa impressionar<br />
minimamente pelas aparições demoníacas deste gênero (Or., 106, 107, 111).<br />
No capítulo precedente, a misericórdia e a doçura constituíam os remédios para a<br />
cólera inflamada. Aqui é de “reconciliação” que se trata (cf. Or., 104, 147):<br />
Deixe sua oferenda, diz-se, diante do altar e vá antes reconciliar-se com<br />
seu irmão, para depois voltar (Mt., V, 24) e rezar sem preocupação. Pois o<br />
rancor cega a faculdade diretora de quem preza e escurece suas orações.<br />
(Or., 21)<br />
Este mandamento de Cristo e do Apóstolo (cf. Ef. IV, 26), é preciso pô-lo em<br />
prática a qualquer preço, por evidentes que sejam os motivos sugeridos pelo<br />
demônio no reencontro: a vergonha, a raiva, o ponto de honra (Ant., V, 49).<br />
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