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Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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INSTRUÇÕES<br />

ricos com alegria, enquanto que aos pobres voltamos o rosto como quem<br />

foge?<br />

A estes demônios, o da vanglória imita. Ele observa atentamente: será que<br />

não dizemos nem fazemos realmente nada para nos aproximarmos da<br />

dignidade da prelazia? Ou talvez, quando alguém nos convida a fim de<br />

nos reconfortar de nossa rigorosa obediência ascética, não gememos um<br />

pouquinho, como extenuados de esgotamento, a fim de sermos cobertos de<br />

elogios? Ou então: não contamos aos outros, para extrair alguma glória,<br />

aquilo que nos acontece, em nossa cela, da parte dos santos anjos ou dos<br />

demônios?<br />

Como seria possível enumerar todas as suas astúcias, diante das quais<br />

disse o Senhor: “Sejam espertos como as serpentes e simples como as<br />

pombas” (Mt., X, 16)? Pois é preciso, na verdade, que o monge seja isento<br />

de duplicidade e doce, e que seu combate seja levado com doçura,<br />

conforme a palavra do profeta (cf. Jl., III, 11). Mas que seu espírito seja<br />

vivo, por exercer a vigilância sobre as trapaças dos demônios, como o<br />

ichneumon que observa os rastros das bestas selvagens, a fim de<br />

podermos dizer que “não ignoramos os desígnios do Maligno” (2 Co., II,<br />

11) e ainda: “Meu olho vê do alto os inimigos e meus ouvidos escutam<br />

condenar aqueles que se levantaram contra mim” (Sl. XCI, 12). (Ep., 16)<br />

CAPÍTULO 48<br />

Com os seculares os demônios lutam utilizando de preferência os objetos.<br />

Mas com os monges, no mais das vezes são os pensamentos que empregam;<br />

na verdade, os objetos fazem pouca falta por causa da solidão. E, na mesma<br />

medida em que é mais fácil pecar interiormente do que na ação, a guerra<br />

interior é mais difícil do que a que se faz em relação aos objetos. Pois o<br />

intelecto é uma coisa fácil de se mover, e desastrado para deixar cair as<br />

imaginações proibidas.<br />

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