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Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS<br />

capítulo. Mesmo o gnostikos evagriano, com efeito, tem ainda necessidade da<br />

ascese (cf. Gn., 37, e.a)!<br />

CAPÍTULO 83<br />

O intelecto, enquanto faz a guerra contra as paixões, não contemplará as<br />

razões da guerra, pois assemelha-se a alguém que combate à noite; mas<br />

quando ele houver adquirido a impassibilidade, ele reconhecerá facilmente<br />

as “manobras” dos inimigos.<br />

A vida espiritual é um combate cujo tema é o conhecimento.<br />

Nosso combate tem como motivo o conhecimento da criação e da<br />

Santíssima Trindade, e os demônios nos fazem uma guerra encarniçada<br />

para nos impedir de conhecer. Entretanto aprendemos, se nos damos ao<br />

trabalho... (Ep., LVIII, 2)<br />

No meio da “noite” da ignorância, que nos reduziu à escravidão dos vícios, os<br />

elementos todos deste combate permanecem ocultos para nós (cf. in Ps., XVI,<br />

3b). Somente “com dia claro”, à “luz” do conhecimento, eles se tornam visíveis,<br />

graças a esta prudência que Evagro menciona muitas vezes neste contexto (cf.<br />

Pr., 73 e 89). Pois “a prudência detecta os truques dos demônios” (Mn., 123).<br />

“Com seu mandamento você me tornou mais sábio do que meus<br />

inimigos”: quando o intelecto se despojou das paixões e participa do<br />

conhecimento, ele se torna mais atento do que os demônios e repete<br />

frequentemente as palavras de Paulo: “Nós não ignoramos seus<br />

desígnios” (2 Co., II, 11). (in Ps., CXVIII, 98)<br />

Portanto, assim que o intelecto conhece as “razões (logoi) das tribulações e das<br />

tentações”, o sentido e os subentendidos de seu combate, seu coração se “dilata”<br />

(in Ps., IV, 2), graças ao “verdadeiro conhecimento” que lhe foi dado (in Ps.,<br />

XVII, 36). Ele tem então a mesma experiência de Jó: uma vez ultrapassada a<br />

tentação, também ele conheceu as razões daquilo que sofrera, quando viu Deus.;<br />

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