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Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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OS OITO PENSAMENTOS<br />

de esperanças desfeitas, será a tristeza, e às vezes até, à guisa de satisfação<br />

compensatória, a fornicação. Aquele que hospeda por muito tempo o demônio da<br />

vanglória deve esperar pelo pior:<br />

Quanto ao demônio que torna a alma insensível, preciso falar dele? Pois,<br />

de minha parte, temo até escrever a seu respeito: como a alma sai de seu<br />

próprio estado quando ele chega e rejeita o temor a Deus e a piedade; ela<br />

deixa de considerar o pecado como pecado, não mais estima a<br />

transgressão como transgressão; o castigo e o julgamento eternos são<br />

lembrados por ela como simples palavras e a alma “se ri”, realmente, “do<br />

cismo que abrasará tudo” (Jó, XLI, 21). Ela se diz temente a Deus, mas<br />

ignora o que ele prescreve; você arranha o peito enquanto ela se volta<br />

para o pecado, mas ela permanece insensível; você argumenta a partir<br />

das Escrituras , e ela permanece insensível; você lhe expõe a culpa que<br />

vem dos homens, e ela não se dá conta da vergonha que ela causa entre os<br />

irmãos; esta alma está privada de inteligência, como um porco com os<br />

olhos vendados que destrói seu chiqueiro. Este demônio é atraído por<br />

persistentes pensamentos de vanglória; é dele que foi dito: “Se aqueles<br />

dias não fossem abreviados, nenhuma criatura se salvaria” (Mt., XXIV,<br />

22). (M.C., 11)<br />

Os remédios acham-se nos capítulos de 30 a 32.<br />

CAPÍTULO 14<br />

O demônio do orgulho é o que conduz a alma à queda mais grave. Ele incita<br />

a pessoa, de fato, a não reconhecer a ajuda de Deus, mas a crer que é ela<br />

própria a causa de suas boas ações, e a ver do alto os irmãos considerandoos<br />

sem inteligência por ignorarem isto a seu respeito. Vêm a seguir a cólera,<br />

a tristeza e, o que é o último dos males, a desorientação do espírito, a<br />

loucura, a visão de uma multitude de demônios no espaço.<br />

O demônio da vanglória entrega sua vítima ao demônio do orgulho, como vimos<br />

no capítulo precedente. Pois,<br />

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