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Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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EPÍLOGO<br />

Eis o que eu tinha a lhe dizer, para o momento, sobre a prática, bem amado<br />

irmão Anatolios: é tudo o que, pela graça do Espírito Santo, conseguimos<br />

colhendo de nossas videiras maduras. Mas quando o “Sol de Justiça” brilhar<br />

sobre nós em seu zênite e a garapa estiver madura, então beberemos<br />

também de seu vinho que “alegra o coração do homem”, graças às preces e<br />

intercessões do justo Gregório que plantou a mim e dos santos Padres que<br />

então me regaram, e pelo poder de Jesus Cristo nosso Senhor que me fez<br />

crescer, a quem seja dada a glória e a dominação, por todos os séculos dos<br />

séculos. Amém.<br />

Neste epílogo, que é o final da carta enviada ao monge Anatolios, Evagro<br />

recapitula uma última vez algumas idéias essenciais. A introdução, que oferece<br />

uma retrospectiva de sua atividade literária, iniciada há bastante tempo, faz<br />

pensar que esta obra date talvez dos últimos anos de sua curta vida. De fato,<br />

dedicando-se a uma “releitura”, ele produziu uma ampla trilogia a partir de<br />

textos independentes na origem. É a primeira parte desta trilogia que temos<br />

agora diante de nós.<br />

O objeto dos cem capítulos do Praktikos, é a praktiké, etapa preliminar da<br />

gnostiké ou conhecimento de Deus e de sua criação. No tempo da praktiké, nós<br />

cultivamos a “vinha” de nossa alma (Ep., V, 3) na esperança das “videiras<br />

espirituais” (Ep., II, 1). Sob a ação de Cristo, “Sol de Justiça” (in Ps., XVIII, 6b<br />

e.a), que “faz crescer”, estes “frutos” amadurecerão e finalmente produzirão o<br />

“vinho” delicioso do conhecimento (cf. K.G., V, 32).<br />

Evagro não atribui a si mesmo o mérito daquilo que ele descobriu durante a sua<br />

“colheita”: foi tudo simplesmente “pela graça do Espírito Santo”, o Revelador<br />

(cf. 1 Co., II, 10).<br />

Quem “abre” seu coração para a praktiké, “atrai o Espírito Santo, que<br />

lhe revela os mistérios de Deus. (in Ps., CXVIII, 131)<br />

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