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Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?

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CONTRA OS OITO PENSAMENTOS.<br />

Mas então, como prevenir esta tática “sutil” dos demônios? Como nos<br />

libertarmos das tentações diabólicas e de nossos próprios “sonhos vazios” (cf.<br />

Ep. LI, 12; Ant., VII, 26)? Através de uma discrição absoluta, como o próprio<br />

Cristo nos ensinou (Mt., VI, 1ss) e como Evagro recomenda frequentemente e<br />

de modo imperativo (M.C., 3): “Os perfumes do seu trabalho, cubra-os com o<br />

selo do silêncio” (Eul., 14).<br />

À noite, coma a carne da Páscoa (cf. Ex., XII, 8) e não publique sua<br />

abstinência oculta. Não a exiba abertamente a uma multidão de<br />

testemunhas, a fim de que “seu Pai que vê em segredo” (cf. Mt. VI, 6) lhe<br />

dê publicamente sua recompensa. (O. Sp. [XV] Supl. VII, 8)<br />

CAPÍTULO 31<br />

Eu observei que o demônio da vanglória é perseguido por quase todos os<br />

demônios, e que, quando caem aqueles que o perseguem, ele se aproxima<br />

impudentemente e expõe aos olhos do monge a grandeza de suas virtudes.<br />

Por ser a vanglória a tentação dos virtuosos (cf. Pr., 13), é claro que ela não pode<br />

coexistir com quase nenhum outro vício, à exceção do orgulho. De fato, “a<br />

presença da vanglória anuncia o orgulho” (O. Sp., [XVII] 8, 2). Inversamente, é<br />

evidente – e sua experiência pessoal, a que Evagro se refere aqui com bastante<br />

franqueza, o confirma –, “após a derrota dos outros pensamentos, só sobrevivem<br />

ainda os da vanglória e do orgulho” (Sk., 57).<br />

No capítulo 58, Evagro voltará a esta aparente contradição entre os diferentes<br />

vícios. Ali ele dará o conselho, não de todo isento de perigo, de “trocar um prego<br />

por outro”, ou seja, o pensamento que nos constrange pelo seu oposto. Só é<br />

preciso cuidado para não expulsar Satanás e ficar com Belzebu... (cf. Mt., XII,<br />

24-27)<br />

Evagro refere-se aqui às suas próprias observações, e também em observações<br />

nas quais esteve envolvido, e é fácil encontrar em suas cartas o modo como ele<br />

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