Evagrio-Pontico-Tratado-Practico-pdf
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto. De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
Evagro pertence a esta categoria de homens – relativamente frequente na história da Igreja – que conheceram um destino contraditório sob mais de um aspecto.
De início homem do mundo, torna-se humilde Padre do deserto. Quando vivo, foi tido em grande estima, para depois, muito tempo após sua morte, vir a ser desacreditado. “Pai de nossa literatura espiritual (O. Chadwick), mas cuja obra, ou quase toda ela, não foi logo transmitida senão por meio de traduções ou sob nomes emprestados... Quem então foi este homem?
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CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS<br />
Mas não antes (cf. Ep., I, 2). O combate contra os adversários não cessa<br />
entrementes, mas ele se reveste de um outro caráter.<br />
As razões dos mandamentos “dilatam os corações” e tornam fácil a via da<br />
praktiké. (in Ps., CXVIII, 32).<br />
CAPÍTULO 84<br />
O final da prática é a caridade, o da ciência, a teologia; o começo de uma é a<br />
fé, o da outra a contemplação natural. Os demônios que atacam a parte<br />
passional da alma são chamados os que se opõem à prática; quanto aos que<br />
flagelam a parte racional, nós os chamamos de inimigos de toda verdade, e<br />
adversários da contemplação.<br />
Para o início deste capítulo, veja-se Pr., Prol [8], e no que diz respeito à fé, Pr.,<br />
81 especialmente.<br />
A vida espiritual se divide em duas fases principais: praktiké (ou ethiké) e<br />
theoretiké (ou gnostiké), vida prática ascética e vida contemplativa cognitiva.<br />
Isto posto, Evagro considera o indivíduo seja como praktikos, seja como<br />
theoretikos (cf. Ep., XLI, 3). O Senhor os ama a um como a outro, mesmo se<br />
preferir o segundo por ser-lhe mais próximo (in Ps., LXXXVI, 2a). Os demônios<br />
atacam tanto um como outro (cf. in Ps. CXVII, 10b), mas cada qual dispõe de<br />
seus meios para resistir-lhe (cf. in Ps., XXVI, 3b). Ao final, o Senhor os livra a<br />
ambos (cf. in Ps., XC, 13-14). De que maneira os demônios se opõem à praktiké<br />
ou à theoretiké?<br />
Nossos inimigos falseiam todas as virtudes: na coragem, eles escondem os<br />
laços da indolência, na prudência os da fornicação, e na caridade eles<br />
jogam a rede da aversão. Contra a doçura eles inspiram a arrogância, à<br />
misericórdia a comiseração não por causa de Deus mas pelos<br />
espectadores, e ao jejum, o jejum em vista dos homens. Isto quanto à<br />
praktiké. Quanto à contemplação, que podemos dizer? Quantas<br />
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