TEMAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
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–, pode representar, em certos casos, importante desafio à governança. Esse desafio é,<br />
muitas vezes, consequência da debilidade das instituições públicas e de níveis reduzidos<br />
de desenvolvimento, fatores que compõem difíceis realidades socioeconômicas das quais<br />
as redes criminosas se beneficiam.<br />
Nas instâncias em que a temática é discutida, o Brasil procura fazer avançar conceitos<br />
e iniciativas que, em paralelo ao enfoque da repressão às atividades ilícitas e do combate<br />
às organizações criminosas, incorporem também questões relativas à segurança cidadã,<br />
desenvolvimento e bem-estar social, acesso à justiça, prevenção e redução de danos, atenção<br />
a vítimas e promoção de cultura de paz e justiça, sempre em observância aos direitos<br />
humanos e garantias individuais e com respeito à soberania dos Estados.<br />
No momento em que se comemora o décimo aniversário da Unidade de Cooperação<br />
Internacional da Procuradoria-Geral da República, a crescente e proveitosa colaboração<br />
entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério Público (MP), na área do<br />
combate aos ilícitos transnacionais, merece registro. A Coordenação-Geral de Combate aos<br />
Ilícitos Transnacionais do MRE e aquela Unidade da PGR, hoje consolidada como Secretaria<br />
de Cooperação Internacional (SCI), fazem parte do conjunto de órgãos cuja interlocução<br />
constante e construtiva em muito tem contribuído para formulação de posições, lançamento<br />
e avanço de iniciativas de interesse do Brasil na esfera multilateral.<br />
Prevenção do crime e justiça criminal<br />
Os resultados positivos dessa parceria se traduzem, por exemplo, na consistente<br />
atuação do Brasil em foros e instâncias das Nações Unidas, em particular na Comissão de<br />
Prevenção do Crime e Justiça Criminal do Conselho Econômico e Social (CPCJC/ECOSOC),<br />
que se reúne anualmente, e no Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e<br />
Justiça Criminal, evento de periodicidade quinquenal, cuja 12ª edição o Brasil sediou em<br />
2010 e que se realizará no Catar, em 2015. O MRE tem coordenado o processo preparatório<br />
da participação brasileira no Congresso, com o concurso de diversos órgãos, de modo que o<br />
Brasil possa seguir contribuindo para aperfeiçoamento conceitual e para desenvolvimento<br />
de ações concretas na área da prevenção do crime e de administração da justiça.<br />
Nesse contexto, aos conhecimentos específicos da Procuradoria-Geral da República<br />
sobre investigação e processo criminal, soma-se sua contribuição na avaliação de possíveis<br />
mecanismos de cooperação internacional. A PGR também apoia, de forma regular, as<br />
atividades que o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) desenvolve<br />
em cumprimento aos mandatos emanados da CPCJC em temas de especial relevância e<br />
atualidade, como tráfico de pessoas e crime cibernético. Tal apoio inclui a indicação de<br />
especialistas para compor grupos de peritos e fornecimento de subsídios para estudos<br />
temáticos e repositórios de legislações nacionais. Outro aporte significativo da PGR aos<br />
debates nesses foros deriva de sua experiência no contexto das redes de cooperação<br />
jurídica internacional, de que são exemplos a Rede Ibero-americana de Cooperação Judicial<br />
(IberRed), estrutura que congrega pontos de contato nos 23 países que compõem a<br />
Comunidade Ibero-americana de Nações, e a Rede Judiciária da Comunidade dos Países<br />
de Língua Portuguesa, formada por pontos de contato dos oito países lusófonos.<br />
A reflexão conceitual e o exercício propositivo são de particular importância em áre-<br />
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