idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
oferecem, no primeiro caso, e a escassez <strong>de</strong> tempo e recursos com que geralmente operam, no<br />
segun<strong>do</strong>) e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controlarem e preverem as contingências que futuramente<br />
afetarão o ambiente da política, <strong>de</strong>ntre outras.<br />
Os autores afirmam que, com base nessas características ambientais, várias<br />
contribuições à problemática da <strong>implementação</strong> teriam surgi<strong>do</strong>, apresentan<strong>do</strong>, no entanto, em<br />
com<strong>um</strong>, a rejeição à concepção <strong>de</strong> <strong>implementação</strong> como <strong>um</strong>a etapa subseqüente à formulação<br />
racional e compreensiva. Por conseguinte, a <strong>implementação</strong> passaria a ser “entendida como<br />
<strong>um</strong> <strong>processo</strong> autônomo, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões cruciais são tomadas e não só ‘implementadas’”, posto<br />
que fatores diversos, como “conflitos interjurisdicionais entre órgãos e instituições, brechas e<br />
ambigüida<strong>de</strong>s legais e omissões <strong>de</strong> normas operacionais” (MELO e SILVA, 2000, p. 10)<br />
ten<strong>de</strong>riam a levar os implementa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> política a tomar <strong>de</strong>cisões, a nível setorial,<br />
necessárias ao seu sucesso. Desse mo<strong>do</strong>, a <strong>implementação</strong> <strong>de</strong> política orienta novas políticas,<br />
ou seja, constitui-se, ela mesma, em fonte <strong>de</strong> informações para a formulação <strong>de</strong> políticas.<br />
Além disso, Melo e Silva (2000) ainda <strong>de</strong>stacam alguns elementos da <strong>implementação</strong><br />
que teriam si<strong>do</strong> enfatiza<strong>do</strong>s por essas contribuições, como a dimensão política <strong>de</strong>sse <strong>processo</strong>,<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao reconhecimento, por <strong>um</strong> la<strong>do</strong>, <strong>de</strong> que “toda ação e intervenção governamental,<br />
através <strong>de</strong> <strong>programa</strong>s e projetos, é constitutivamente política”, já que “distribui custos e<br />
benefícios, utiliza recursos coletivos e é formulada por autorida<strong>de</strong>s públicas”, e, por outro, <strong>de</strong><br />
que “o jogo político caracteriza-se por particularismos e corporativismo” (i<strong>de</strong>m, p. 13).<br />
Então, em contrapartida, sugerem <strong>um</strong>a nova visão para o ciclo <strong>de</strong> política, passan<strong>do</strong> a<br />
compreendê-la “como <strong>um</strong> campo estratégico, no qual se observa <strong>um</strong>a relativa indistinção<br />
entre implementa<strong>do</strong>res, formula<strong>do</strong>res e, até, a população meta <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>programa</strong>”, visto que “a<br />
forma <strong>de</strong> uso ou cons<strong>um</strong>o <strong>do</strong>s produtos da política” tanto a altera quanto “cria políticas”<br />
(i<strong>de</strong>m, p. 12). Assim, o policy cicle, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser percebi<strong>do</strong> como simples e linear e <strong>de</strong><br />
possuir, por <strong>de</strong>finição, “<strong>um</strong> ponto <strong>de</strong> partida claramente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>”, passaria a ser concebi<strong>do</strong><br />
como jogo, “representa<strong>do</strong> por re<strong>de</strong>s complexas <strong>de</strong> formula<strong>do</strong>res, implementa<strong>do</strong>res,<br />
stakehol<strong>de</strong>rs – grupos envolvi<strong>do</strong>s pelas políticas e nela interessa<strong>do</strong>s – e beneficiários, que dão<br />
sustentação à política, e por ‘nós’ críticos” (i<strong>de</strong>m, p. 13-14), ou seja, “pontos no tempo on<strong>de</strong><br />
questões refer<strong>idas</strong> ao <strong>processo</strong> <strong>de</strong> sustentação política <strong>do</strong>s <strong>programa</strong>s, <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />
interinstitucional e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilizar recursos institucionais se conjugam” (i<strong>de</strong>m, p.<br />
14).<br />
Segun<strong>do</strong> eles, ainda, nesse momento <strong>de</strong> conjugação, se produziria “<strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong><br />
‘crise’, concretizada no <strong>processo</strong> <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão crítica por <strong>um</strong> ator estratégico”, que<br />
não só impeliria “o <strong>programa</strong> em <strong>um</strong>a direção nova”, a partir <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>senlace, como<br />
17