idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
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alguns mecanismos <strong>de</strong> gestão da <strong>implementação</strong> <strong>do</strong> plano, como monitoramento, auditorias e<br />
reuniões técnicas <strong>de</strong> acompanhamento, na busca <strong>de</strong> garantir que aquilo que fora planeja<strong>do</strong><br />
fosse, <strong>de</strong> fato, implementa<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, conforme ele ressalta, os resulta<strong>do</strong>s, muitas vezes,<br />
ainda eram insatisfatórios, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diversos tipos <strong>de</strong> problemas institucionais, à<br />
impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> boa parte <strong>do</strong> planeja<strong>do</strong> ou à mudança, com o tempo, das<br />
condições iniciais.<br />
Finalmente, a quarta visão <strong>do</strong> planejamento seria a que confere “total ênfase à<br />
participação da população ou socieda<strong>de</strong> civil na <strong>implementação</strong> <strong>do</strong>s planos”, atribuin<strong>do</strong> a seus<br />
beneficiários as tarefas <strong>de</strong> “ajudar a monitorar o projeto, <strong>de</strong>nunciar, participar <strong>de</strong> assembléias<br />
etc”, mas que, como as anteriores, separaria, “claramente, a elaboração da <strong>implementação</strong> <strong>de</strong><br />
políticas públicas no <strong>processo</strong> <strong>de</strong> planejamento”, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-o “como <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />
fazer-se planos” (OLIVEIRA, 2006, p 276).<br />
Então, mesmo reafirman<strong>do</strong> a já mencionada dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se chegar a <strong>um</strong> consenso<br />
sobre a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>implementação</strong>, e até mesmo sinalizan<strong>do</strong> a impossibilida<strong>de</strong> disso, o autor<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> três posições sobre este <strong>processo</strong>. As duas primeiras, n<strong>um</strong>a visão próxima à <strong>de</strong> Melo<br />
e Silva, são que “o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>implementação</strong> requer <strong>um</strong> entendimento <strong>de</strong> sua complexida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> sua interação com o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> planejamento” e que esses <strong>do</strong>is <strong>processo</strong>s teriam “que ser<br />
vistos como <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> eventos aparentemente simples”, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
imprevisível ou incontrolável “ca<strong>de</strong>ia complexa <strong>de</strong> interações recíprocas”, para que possam<br />
produzir o resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> (i<strong>de</strong>m, p. 277-278). E, finalmente, a terceira, é que a<br />
importância <strong>do</strong> planejamento <strong>de</strong> políticas, <strong>programa</strong>s ou projetos “se dá principalmente na<br />
<strong>implementação</strong>, pois esta é que vai levar aos resulta<strong>do</strong>s finais” daqueles (i<strong>de</strong>m, p. 274).<br />
Focalizan<strong>do</strong>, pois, essa importância, sinaliza seu tardio reconhecimento pela literatura<br />
acadêmica relativa a políticas públicas, ressaltan<strong>do</strong> Pressmam e Wildavsky (1973 apud<br />
OLIVEIRA, 2006) como <strong>um</strong> <strong>do</strong>s primeiros a alertar para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão da<br />
<strong>implementação</strong> em políticas públicas, em sua obra Implementação 9 , e, com base em Najam<br />
(1995 apud OLIVEIRA, 2006), aponta, como causa provável <strong>de</strong>ssa falta <strong>de</strong> atenção ao tema, a<br />
importância conferida, até então, pelos estudiosos <strong>de</strong> políticas públicas, à “análise <strong>do</strong>s<br />
<strong>processo</strong>s legislativos ou administrativos <strong>do</strong> Executivo”, em função <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tarem “<strong>um</strong> viés<br />
tradicional das ciências políticas” (i<strong>de</strong>m, p. 276).<br />
9 Segun<strong>do</strong> Oliveira (2006), esse trabalho teria si<strong>do</strong> “<strong>um</strong>a referência na literatura americana e internacional <strong>de</strong><br />
políticas públicas da época” (p. 277).<br />
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