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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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c) as “análises <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> políticas” (MELO, 1999, p. 67).<br />

Direcionan<strong>do</strong>, rapidamente, essa questão para nosso estu<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse<br />

enfoque, situá-lo no segun<strong>do</strong> subconjunto <strong>de</strong> trabalhos que, ainda conforme o autor, seriam<br />

menos canonicamente disciplinares, teoricamente híbri<strong>do</strong>s e manteriam “<strong>um</strong> diálogo mais<br />

estreito [...] com a própria produção <strong>de</strong> conhecimento interna a certas especializações, como<br />

os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> [...] saú<strong>de</strong>” ou, no caso <strong>de</strong> nossa pesquisa, <strong>de</strong> educação, bem como “com<br />

disciplinas consolidadas, como a sociologia”, principalmente. Além disso, no próprio campo<br />

da ciência política, centraria o <strong>de</strong>bate, “sobretu<strong>do</strong>, em questões relativas à cidadania e<br />

participação política, <strong>processo</strong>s <strong>de</strong>cisórios e grupos <strong>de</strong> interesse” (i<strong>de</strong>m, p. 68). Desse mo<strong>do</strong>,<br />

os trabalhos <strong>de</strong>ssa subárea exigiriam <strong>de</strong> seus autores <strong>um</strong>a dupla i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> tanto<br />

especialistas em <strong>um</strong>a área <strong>de</strong> política quanto cientistas políticos.<br />

Em contrapartida, as recentes expansão e institucionalização da área viriam sen<strong>do</strong><br />

acompanhadas, ou até mesmo gera<strong>do</strong>ras, <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s problemas, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s<br />

esses autores. Aliás, o “caráter problemático” da área não seria, como vimos na seção anterior<br />

e como ressalta Arrechet (2003), “<strong>um</strong>a exclusivida<strong>de</strong> brasileira” (p. 9).<br />

Um <strong>de</strong>sses problemas seria a escassez <strong>de</strong> ac<strong>um</strong>ulação, na área, <strong>de</strong> <strong>um</strong> conhecimento<br />

vertical, ou seja, construí<strong>do</strong> “no interior <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>programa</strong> normal <strong>de</strong> pesquisa [...], envolven<strong>do</strong><br />

a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res”, a partir da “consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> questões analíticas comuns ao<br />

conjunto <strong>de</strong> políticas” (MELO, 1999, p. 90-91), que viria <strong>de</strong>bilitan<strong>do</strong> sua institucionalização.<br />

Para esse autor, alg<strong>um</strong>as possíveis causas disso são a proliferação horizontal <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

caso, <strong>de</strong>corrente da diversificação <strong>de</strong> novos objetos empíricos, especificamente <strong>de</strong>ntre o<br />

subconjunto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> políticas setoriais, e a citada interdisciplinarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa subárea.<br />

Souza (2003), no entanto, visl<strong>um</strong>bra <strong>um</strong> avanço nesse acúmulo, pelo menos no senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r conhecer melhor, e com mais rapi<strong>de</strong>z, o que viria sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong> na área,<br />

proporciona<strong>do</strong> pela...<br />

constituição <strong>de</strong> fóruns específicos sobre políticas públicas em espaços<br />

acadêmicos, como a Anpocs [Associação Nacional <strong>de</strong> Pós-Graduação e<br />

Pesquisa em Ciências Políticas] e a ABCP [Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Ciências Políticas], assim como pelo advento da informatização <strong>de</strong><br />

periódicos nacionais [...] e internacionais [...], embora não exista <strong>um</strong><br />

periódico específico que abrigue exclusivamente a produção da área (p. 16).<br />

Outro problema, também aponta<strong>do</strong> por Melo (1999), seria a proximida<strong>de</strong> da área com<br />

os órgãos governamentais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> tanto levar à produção <strong>de</strong> trabalhos normativos e<br />

prescritivos, quanto à subordinação da agenda <strong>de</strong> pesquisa da área à agenda <strong>de</strong> tais órgãos,<br />

arriscan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta feita, os pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> políticas públicas a tornarem-se aquilo que<br />

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