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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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Entretanto, ao dividirmos esses professores em <strong>do</strong>is grupos, em função das disciplinas<br />

que lecionam, incluin<strong>do</strong> n<strong>um</strong> grupo os professores das disciplinas <strong>de</strong> Ciências, Estu<strong>do</strong>s<br />

Sociais, Língua Portuguesa e Matemática, e no outro, Literatura, Educação Artística,<br />

Educação Física e Educação Musical, a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s nos revela <strong>um</strong>a diferenciação entre<br />

esses grupos, no tocante à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> preferência <strong>do</strong>s instr<strong>um</strong>entos ou estratégias <strong>de</strong> avaliação.<br />

Notamos que os registros pessoais <strong>de</strong>stacam-se como os mais utiliza<strong>do</strong>s somente entre<br />

os professores <strong>do</strong> primeiro grupo. No segun<strong>do</strong>, eles per<strong>de</strong>m a preferência, ainda que por bem<br />

pouco, para as auto-avaliações <strong>do</strong>s alunos, e são segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> perto pelos trabalhos em grupo.<br />

Buscan<strong>do</strong> interpretar essa diferenciação, acreditamos que o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> alunos<br />

com que trabalham os professores <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> disciplinas, aponta<strong>do</strong> anteriormente<br />

como <strong>um</strong> possível limita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>um</strong>a avaliação mais individualizada, leva-os a preferir as auto-<br />

avaliações <strong>do</strong>s alunos e também a utilizarem bastante os trabalhos em grupo.<br />

Todavia, nossa vivência <strong>de</strong>sse contexto também nos permite inferir, como outro fator<br />

<strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> tal preferência, a própria natureza <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nesses<br />

componentes curriculares, que cost<strong>um</strong>am valorizar mais o <strong>de</strong>senvolvimento das chamadas<br />

competências atitudinais, para cujo trabalho e avaliação, as auto-avaliações <strong>do</strong>s alunos e os<br />

trabalhos em grupo se prestam tão bem quanto os registros <strong>do</strong>centes <strong>de</strong> observação.<br />

Em contrapartida, o tipo <strong>de</strong> trabalho mais formal, próprio <strong>do</strong> primeiro grupo <strong>de</strong><br />

disciplinas, com <strong>um</strong> pre<strong>do</strong>mínio muito maior <strong>de</strong> competências específicas, <strong>de</strong> caráter<br />

conceitual e procedimental, <strong>do</strong> que transversais, <strong>de</strong> caráter atitudinal 56 , conjuga<strong>do</strong> tanto à<br />

provável dificulda<strong>de</strong>, por parte <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>centes, <strong>de</strong> aban<strong>do</strong>narem as práticas<br />

tradicionais <strong>de</strong> avaliação, neles ainda enraizadas, quanto à forte valorização <strong>de</strong>ssas práticas<br />

pelo restante da instituição, conforme observamos ao abordarmos a Portaria nº. 048/2005,<br />

po<strong>de</strong>m justificar o posicionamento <strong>do</strong>s testes individuais no segun<strong>do</strong> lugar da lista <strong>de</strong><br />

instr<strong>um</strong>entos ou estratégias <strong>de</strong> avaliação mais utiliza<strong>do</strong>s pelos professores que lecionam tais<br />

disciplinas, com <strong>um</strong>a freqüência <strong>um</strong> pouco mais expressiva que a <strong>do</strong>s portfólios, e acima das<br />

<strong>do</strong>s trabalhos em grupo e das auto-avaliações discentes.<br />

Esta última estratégia, aliás, amplamente valorizada pelos teóricos da avaliação<br />

formativa, principalmente os da vertente francófona, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Fernan<strong>de</strong>s (2005), que<br />

valorizam a promoção da auto-reflexão <strong>do</strong> aluno sobre como apren<strong>de</strong> e o que apren<strong>de</strong>, foi,<br />

56 Como exemplo, a Ficha Individual <strong>de</strong> Avaliação da C1 ou 1ª série (atual 2º ano), relativa ao 3º perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

2002, apresentada no Anexo H, continha 35 <strong>de</strong>scritores relativos às competências específicas das disciplinas <strong>de</strong><br />

Língua Português, Matemática, Estu<strong>do</strong>s Sociais e Ciências, contra oito <strong>de</strong>scritores relativos às competências<br />

transdisciplinares, <strong>de</strong> caráter atitudinal, ao passo que, em cada <strong>um</strong>a das fichas <strong>do</strong>s quatro outros componentes<br />

curriculares, havia, em média, apenas quatro <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> competências específicas da disciplina, contra os<br />

mesmos oito <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> caráter atitudinal.<br />

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