idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
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aprendizagem, “nos aspectos técnicos <strong>do</strong> <strong>processo</strong> avaliativo, sem situá-lo na sua dimensão<br />
política e i<strong>de</strong>ológica” (SOUSA, S., 1998, p. 108). Isso, conforme C. Sousa (1998), só viria a<br />
ocorrer no final da década <strong>de</strong> 70 e, principalmente, durante os anos 80, com a efetivação das<br />
contribuições da Sociologia na área educacional, quan<strong>do</strong> os educa<strong>do</strong>res brasileiros,<br />
influencia<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong>, por autores europeus, como Bourdieu e Passeron (1964/70),<br />
Bau<strong>de</strong>lot e Establet (1971), evi<strong>de</strong>nciaram a reprodução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais no interior<br />
da escola, a partir <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s com o intuito <strong>de</strong>...<br />
compreen<strong>de</strong>r como, justamente os alunos provenientes das camadas<br />
populares, que sofriam <strong>um</strong>a discriminação socioeconômica, recebiam das<br />
escolas <strong>um</strong> ensino <strong>de</strong> pior qualida<strong>de</strong> e ainda eram aqueles que respondiam<br />
pela maior taxa <strong>de</strong> evasão e repetência <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> ensino (SOUSA,<br />
C., 1998, p. 164).<br />
Então, segun<strong>do</strong> ela, “o conhecimento construí<strong>do</strong>, neste perío<strong>do</strong>, na área <strong>de</strong> Educação,<br />
fundamenta<strong>do</strong> pela sociologia e pela filosofia”, e oposto a <strong>um</strong>a teoria educacional <strong>de</strong> base,<br />
principalmente, “psicologizante, que reduzia a compreensão <strong>do</strong> social às influências <strong>de</strong><br />
contexto e <strong>de</strong> relações intergrupais” (i<strong>de</strong>m, p. 165), levou muitos avalia<strong>do</strong>res brasileiros,<br />
como Ana Maria Saul, Carlos Cipriano Luckesi, Magda Soares, Sandra Zakia Lian <strong>de</strong> Sousa e<br />
Pedro Demo, <strong>de</strong>ntre outros, a ass<strong>um</strong>irem, como objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, a função política da<br />
avaliação, <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong>, exaustivamente, a “direção classificatória, seletiva e discriminatória”<br />
(i<strong>de</strong>m) que esta po<strong>de</strong>ria ass<strong>um</strong>ir, por ser <strong>de</strong>finida pela função da escola que, por sua vez, seria<br />
<strong>de</strong>finida por <strong>de</strong>terminantes sociais.<br />
Em contrapartida, a própria autora e outros avalia<strong>do</strong>res brasileiros, como Jussara<br />
Hoffman, Celso <strong>do</strong>s S. Vasconcelos, Mete Abramovich, Lea Depresbiteris, Maria Laura<br />
Barbosa Franco, Menga Lüdke, Thereza Penna Firme, além <strong>de</strong> alguns já cita<strong>do</strong>s, extrapolan<strong>do</strong><br />
o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia, teriam busca<strong>do</strong> “construir <strong>um</strong>a nova teoria <strong>de</strong> avaliação que pu<strong>de</strong>sse<br />
produzir modificações <strong>de</strong> práticas para superar as indignida<strong>de</strong>s no cotidiano escolar” (i<strong>de</strong>m).<br />
Assim, com base nas ciências h<strong>um</strong>anas, “<strong>de</strong>fin<strong>idas</strong> como as que tratam <strong>do</strong> Homem no<br />
horizonte <strong>de</strong> sua historicida<strong>de</strong>”, passariam a ser enfatizadas “a análise <strong>de</strong> <strong>processo</strong>s <strong>de</strong><br />
aprendizagem, em <strong>de</strong>trimento das avaliações <strong>de</strong> produto, e a importância <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
natureza qualitativa que permitissem <strong>de</strong>screver e interpretar a ativida<strong>de</strong> realizada na escola”,<br />
chegan<strong>do</strong>-se...<br />
mesmo a criar <strong>um</strong>a dicotomia entre avaliação <strong>de</strong> <strong>processo</strong> e <strong>de</strong> produtos e<br />
entre avaliação qualitativa e quantitativa, que somente foi superada <strong>um</strong>a<br />
década mais tar<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> ficou claro para to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res da área a<br />
falibilida<strong>de</strong> e complementarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> avaliação (i<strong>de</strong>m, p.<br />
166).<br />
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