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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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Quanto ao discurso pre<strong>do</strong>minante nessa categoria <strong>de</strong> artigos, o mesmo estu<strong>do</strong> constata<br />

a reprodução, nele, <strong>do</strong> discurso oficial, sua fundamentação em pressupostos positivistas,<br />

radicalmente distintos daqueles em que se baseava o emergente paradigma da avaliação<br />

qualitativa, e sua marcante racionalida<strong>de</strong> técnica, ao se propor a oferecer indica<strong>do</strong>res da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino, voltar-se para a apreciação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s padroniza<strong>do</strong>s, valorizar o<br />

produto da aprendizagem, utilizar largamente recursos quantitativos e alta tecnologia e<br />

recorrer à avaliação externa <strong>do</strong> rendimento escolar, além <strong>de</strong> assentar-se na apreciação<br />

exclusiva <strong>de</strong> alguns aspectos cognitivos <strong>do</strong> currículo. Com isso, tal discurso <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> la<strong>do</strong><br />

tanto as dimensões da formação <strong>do</strong> educan<strong>do</strong>, quanto “a consi<strong>de</strong>ração das consi<strong>de</strong>rações<br />

sócio-culturais e políticas que envolvem conflito <strong>de</strong> interesses, consensos e dissensos na<br />

formulação e gestão das políticas da área” (BARRETO e PINTO, 2001, p. 65).<br />

Apesar <strong>de</strong> apontar alg<strong>um</strong>as limitações concernentes a essa categoria <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, como<br />

o aparente encerramento em si mesmas das análises mais sistemáticas das informações<br />

colh<strong>idas</strong> pelos sistemas <strong>de</strong> aferição <strong>do</strong> rendimento escolar, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> articulação com<br />

estu<strong>do</strong>s que se valham <strong>de</strong> outras abordagens, o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>staca a gran<strong>de</strong> convergência <strong>de</strong><br />

opiniões, oriunda da produção analisada, reconhecen<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração e<br />

sistematização <strong>de</strong> “informações capazes <strong>de</strong> propiciar <strong>um</strong>a base para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

menos casuísticas em relação às políticas públicas” (i<strong>de</strong>m, p. 66). Também <strong>de</strong>staca tanto os<br />

baixos níveis <strong>de</strong> conotação concorrencial e competitivida<strong>de</strong> que a avaliação <strong>de</strong> sistemas tem<br />

ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong> no caso brasileiro, diferentemente <strong>de</strong> como ocorreria em certos países, quanto a<br />

maior ênfase que “tem si<strong>do</strong> atribuída a aspectos positivos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo”, a partir da “valorização<br />

<strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s órgãos gestores na correção <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong>tectadas” (i<strong>de</strong>m).<br />

Por fim, ao <strong>de</strong>senvolver a análise <strong>do</strong>s artigos que tratam da Avaliação <strong>de</strong> Políticas<br />

Públicas, o referi<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> apresenta, preliminarmente, <strong>um</strong>a ligeira abordagem sobre a<br />

realização <strong>de</strong>sta no Brasil, afirman<strong>do</strong> que sua constituição como <strong>um</strong> campo estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>s é relativamente recente, encontran<strong>do</strong>-se, ainda, em <strong>processo</strong>, tal como sua expansão,<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada, sobretu<strong>do</strong>, a partir <strong>do</strong>s anos 80.<br />

Referin<strong>do</strong>-se especificamente ao campo da educação, o estu<strong>do</strong> esclarece que, apesar<br />

<strong>de</strong>, tradicionalmente, as políticas públicas educacionais <strong>de</strong>stinadas ao ensino básico virem<br />

suce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se, <strong>um</strong>a após outra, sem serem avaliadas, a fim <strong>de</strong> que se disponha <strong>de</strong> “elementos<br />

suficientes para <strong>um</strong>a apreciação mais isenta e fundamentada <strong>de</strong> seus resulta<strong>do</strong>s e impactos”,<br />

com o advento <strong>do</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> transição <strong>de</strong>mocrática, alg<strong>um</strong>as ações governamentais no<br />

campo educacional passaram a ser intencionalmente avaliadas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a seus próprios agentes<br />

“se mostrarem mais sensíveis e permeáveis a esse tipo <strong>de</strong> apreciação” (i<strong>de</strong>m).<br />

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