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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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estudam, como afirmou Lowi (1994 apud ARRETCHE, 2003). Para esta autora, aliás, tal<br />

proximida<strong>de</strong> seria o fator prepon<strong>de</strong>rantemente responsável por tal subordinação ser,<br />

“potencialmente, maior <strong>do</strong> que em outras áreas <strong>do</strong> conhecimento” (i<strong>de</strong>m, p. 8-9), levan<strong>do</strong> “o<br />

conteú<strong>do</strong> da produção acadêmica (teses, artigos e pesquisas)” a se constituir, “em boa medida,<br />

da avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s pelas políticas em voga ou da atualização da<br />

informação existente sobre <strong>programa</strong>s já consolida<strong>do</strong>s” (i<strong>de</strong>m, p. 8). Por isso, “a constituição<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a agenda que articule a já extensa comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res da área” seria, no seu<br />

mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ver, “<strong>um</strong> gran<strong>de</strong> e necessário <strong>de</strong>safio a ser enfrenta<strong>do</strong>” (i<strong>de</strong>m, p. 9).<br />

Souza (2003), por sua vez, adverte-nos para a existência <strong>de</strong>ssa subordinação não<br />

somente em relação aos órgãos governamentais, que seriam financia<strong>do</strong>res <strong>de</strong> “muitas <strong>de</strong><br />

nossas pesquisas, mas também aos organismos multilaterais”, sugerin<strong>do</strong>, então, “a perspectiva<br />

[...] <strong>de</strong> fortalecimento da área <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s organismos <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> pesquisa puramente<br />

acadêmica, tanto nacionais como estrangeiros” (p. 16).<br />

Em contrapartida, para ela, a agenda <strong>de</strong> nossas pesquisas também ten<strong>de</strong>ria a se pautar<br />

em novos temas, apenas <strong>de</strong> interesse particular e <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “<strong>um</strong>a perspectiva<br />

propriamente acadêmica, geran<strong>do</strong>, em alguns momentos, <strong>um</strong>a proliferação <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre o<br />

mesmo tema” (i<strong>de</strong>m), que, no entanto, pouco dialogariam entre si. Isso geraria tanto <strong>um</strong><br />

prejuízo para a ac<strong>um</strong>ulação <strong>de</strong> conhecimento na área, quanto “<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> lacuna sobre temas<br />

importantes que ainda não aportaram em nossa agenda <strong>de</strong> pesquisa [...], como o da burocracia<br />

– segmento que implementa as políticas públicas” -, cuja abordagem seria fundamental “para<br />

o melhor conhecimento <strong>do</strong> que acontece quan<strong>do</strong> a política é implementada” (i<strong>de</strong>m).<br />

Buscan<strong>do</strong> caminhos para a superação <strong>de</strong>ssa questão <strong>do</strong>s temas <strong>de</strong> pesquisa, a autora<br />

sugere <strong>um</strong>a atuação mais direta <strong>do</strong>s orienta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> mestran<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong>s sobre ela, bem<br />

como sobre as questões <strong>do</strong> conhecimento c<strong>um</strong>ulativo e da formação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Outro aspecto <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> políticas públicas que, segun<strong>do</strong> Arretche (2003), apesar<br />

<strong>de</strong> ser vital para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> campo disciplinar, ainda não teria recebi<strong>do</strong> a<br />

atenção necessária no <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong> pesquisa, seria o relativo às abordagens teóricas e<br />

os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação. Segun<strong>do</strong> Souza (2003), ainda que tenham ocorri<strong>do</strong> avanços <strong>de</strong>sse<br />

aspecto na área, sen<strong>do</strong> suas atuais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adquirir maior rigor teórico-meto<strong>do</strong>lógico<br />

maiores <strong>do</strong> que em <strong>um</strong> passa<strong>do</strong> recente, esta ainda se caracterizaria pelo “uso excessivo <strong>de</strong><br />

narrativas pouco pautadas por mo<strong>de</strong>los ou tipologias <strong>de</strong> políticas públicas, por teorias<br />

próximas <strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> análise e que mantêm <strong>um</strong>a leveza meto<strong>do</strong>lógica exagerada” (p. 17).<br />

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