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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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epresentações e em <strong>um</strong>a explicação paciente que favoreçam a compreensão, pelos pais, que<br />

esse novo mo<strong>de</strong>lo avaliativo é “<strong>do</strong> interesse <strong>de</strong> seus filhos” (PERRENOUD, 1999, p. 148).<br />

Ao analisar a relação entre as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> individualização <strong>do</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong><br />

ensino-aprendizagem e a organização das turmas, Perrenoud afirma, inicialmente, que, já que<br />

“<strong>um</strong>a avaliação formativa, em senti<strong>do</strong> amplo, não funciona sem regulação individualizada das<br />

aprendizagens”, a mudança das práticas <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve ser “acompanhada por <strong>um</strong>a<br />

transformação <strong>do</strong> ensino, da gestão da aula, <strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> com os alunos em dificulda<strong>de</strong>” (i<strong>de</strong>m,<br />

p. 149). E, buscan<strong>do</strong> revelar os obstáculos <strong>de</strong>ssa mudança, aponta, mais <strong>do</strong> que o<br />

freqüentemente cita<strong>do</strong> quantitativo eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> alunos das turmas, as normas <strong>de</strong> organização<br />

<strong>de</strong>stas, isto é, a rigi<strong>de</strong>z no horário escolar, o <strong>programa</strong>, as regras, os valores e as<br />

representações <strong>do</strong>s agentes que os obrigariam “a oferecer, constantemente, a mesma coisa a<br />

to<strong>do</strong>s, mesmo quan<strong>do</strong> inútil” (i<strong>de</strong>m), afirman<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se mudá-la.<br />

No tocante à didática e aos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong>staca que, embora a concepção <strong>de</strong><br />

avaliação formativa tenha se <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito das pedagogias que, pouco preocupadas<br />

com os conteú<strong>do</strong>s específicos, enfatizavam “<strong>um</strong>a organização mais individualizada <strong>do</strong>s<br />

itinerários <strong>de</strong> aprendizagem, baseada em objetivos mais explícitos, coletas <strong>de</strong> informação<br />

mais qualitativas e regulares e intervenções mais diversificadas”, hoje se acredita que “a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s erros e <strong>do</strong>s funcionamentos <strong>do</strong> aluno e a natureza das adaptações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

da estrutura e <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conhecimentos e das competências a serem adquiri<strong>do</strong>s” (i<strong>de</strong>m,<br />

p. 150). Por isso, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a reconstrução da avaliação formativa no acampo da didática,<br />

integran<strong>do</strong>-se as regulações a <strong>um</strong>a abordagem precisa e baseada, tanto nos saberes e<br />

competências a serem adquiri<strong>do</strong>s, quanto nos funcionamentos <strong>do</strong> aluno.<br />

Quanto ao contrato didático, à relação pedagógica e ao ofício <strong>de</strong> aluno, o autor<br />

pon<strong>de</strong>ra que, enquanto n<strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> avaliação tradicional, o interesse <strong>do</strong> aluno é iludir a<br />

to<strong>do</strong>s, potencializan<strong>do</strong> seus pontos fortes e dissimulan<strong>do</strong> suas falhas, a fim <strong>de</strong> receber notas<br />

suficientes, sen<strong>do</strong>, pois, seu ofício,<br />

aposta bastante otimista principalmente, <strong>de</strong>smontar as armadilhas<br />

colocadas pelo professor, <strong>de</strong>codificar suas expectativas, fazer escolhas<br />

econômicas durante a preparação e a realização das provas, saber negociar<br />

ajuda, correções mais favoráveis ou a anulação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a prova mal-sucedida,<br />

[...] toda avaliação formativa baseia-se na <strong>de</strong> que o aluno quer apren<strong>de</strong>r e<br />

<strong>de</strong>seja ajuda para isso, isto é, que está pronto para revelar suas dúv<strong>idas</strong>, suas<br />

lacunas, suas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão da tarefa (i<strong>de</strong>m, p. 151).<br />

Assim, para ele, voltar-se em direção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a avaliação mais formativa significa<br />

“transformar consi<strong>de</strong>ravelmente as regras <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula”, levan<strong>do</strong> o aluno a<br />

romper com suas estratégias habituais, o que exige “<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> revolução cultural, baseada<br />

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