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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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Então, avança<strong>do</strong> no tempo e, conseqüentemente, na concepção <strong>de</strong> avaliação formativa,<br />

Fernan<strong>de</strong>s (2005) afirma que, atualmente, cost<strong>um</strong>a-se <strong>de</strong>signar por avaliação formativa, ou<br />

avaliação formativa alternativa, aquela que, basean<strong>do</strong>-se em princípios cognitivistas,<br />

construtivistas, da psicologia social e das teorias socioculturais e sociocognitivistas, é “<strong>um</strong>a<br />

avaliação mais h<strong>um</strong>anizada, mais situada nos contextos vivi<strong>do</strong>s por professores e alunos¸(...)<br />

mais participativa, mais transparente e integrada nos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem”<br />

(FERNANDES, 2005, p. 81), ten<strong>do</strong>, como função principal, a regulação 14 e a melhoria das<br />

aprendizagens e <strong>do</strong> ensino.<br />

Esta função, no entanto, passa a ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> tanto <strong>do</strong> professor, a quem<br />

cabe conduzir o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> avaliação e proporcionar o feedback aos alunos, tanto <strong>de</strong>stes, que<br />

<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver a auto-avaliação e a auto-regulação das suas aprendizagens. Tal condição<br />

é claramente reiterada por Biggs (1998 apud FERNANDES, 2005), ao afirmar só consi<strong>de</strong>rar<br />

formativa a avaliação que leve os alunos a “se conscientizarem das eventuais diferenças entre<br />

o seu esta<strong>do</strong> presente, relativamente às aprendizagens, e o esta<strong>do</strong> que se preten<strong>de</strong> alcançar”,<br />

bem como daquilo “que estarão dispostos a fazer para as reduzir ou mesmo eliminar” (p. 84).<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, Fernan<strong>de</strong>s (2005) reconhece esse mo<strong>de</strong>lo alternativo <strong>de</strong> avaliação<br />

formativa como resultante da articulação entre os conceitos <strong>de</strong> regulação <strong>do</strong>s <strong>processo</strong>s <strong>de</strong><br />

aprendizagem, central na teoria francófona, e o <strong>de</strong> relevância <strong>do</strong> feedback no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da avaliação formativa e, conseqüentemente, na melhoria das aprendizagens, presente na<br />

literatura anglo-saxônica.<br />

Comparan<strong>do</strong> essas duas vertentes, consi<strong>de</strong>ra que a primeira, mais teórica e elaborada,<br />

privilegia os <strong>processo</strong>s cognitivos internos aos alunos, como metacognição, autocontrole,<br />

auto-avaliação e auto-regulação. Com isso, o feedback torna-se <strong>um</strong> elemento necessário, mas<br />

não essencial, como são a percepção <strong>do</strong>s <strong>processo</strong>s cognitivos e a intervenção a partir <strong>de</strong>la, a<br />

fim <strong>de</strong> que os próprios alunos, <strong>de</strong>sempenhan<strong>do</strong> <strong>um</strong> papel mais central, regulem suas<br />

aprendizagens. Ou seja, nessa perspectiva, a avaliação formativa funciona quase como <strong>um</strong><br />

<strong>processo</strong> <strong>de</strong> auto-avaliação, em que a interferência <strong>do</strong> professor é mínima. Fernan<strong>de</strong>s (2005),<br />

no entanto, consi<strong>de</strong>rada essa perspectiva i<strong>de</strong>alista, por apresentar “alg<strong>um</strong>as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

concretização ou <strong>de</strong> operacionalização” (p. 84), por envolver <strong>processo</strong>s cognitivos.<br />

A vertente anglo-saxônica, por sua vez, lhe parece mais pragmática, mais próxima das<br />

realida<strong>de</strong>s viv<strong>idas</strong> nos sistemas educativos. Influenciada pelas teorias socioculturais,<br />

14 Perrenoud (1999) <strong>de</strong>fine regulação <strong>do</strong>s <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem, em <strong>um</strong> senti<strong>do</strong> amplo, como o conjunto<br />

das operações metacognitivas <strong>do</strong> aprendiz e <strong>de</strong> suas interações com o meio que modificam seus <strong>processo</strong>s <strong>de</strong><br />

aprendizagem no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> objetivo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio (p. 90).<br />

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