idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...
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caben<strong>do</strong>-lhes <strong>de</strong>cidir “o que <strong>de</strong>sejam transmitir aos pais e à administração escolar”<br />
(PERRENOUD, 1999, p, 153). Esta, por suas vez, <strong>de</strong>ve utilizar seus próprios instr<strong>um</strong>entos<br />
para obter a idéia precisa <strong>do</strong> que os alunos sabem e, portanto, a eficiência <strong>do</strong>cente, que <strong>de</strong>vem<br />
ser, contu<strong>do</strong>, diferentes das tradicionais provas padronizadas, <strong>de</strong> efeitos perversos e indução a<br />
práticas conserva<strong>do</strong>ras. Para ele, o i<strong>de</strong>al, nesse senti<strong>do</strong>, é “caminhar para <strong>um</strong>a prática refletida<br />
e <strong>um</strong>a profissionalização”, <strong>de</strong> forma que “o controle da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino seja exerci<strong>do</strong> por<br />
cada professor e seus pares, no centro da equipe pedagógica, e que o estabelecimento<br />
funcionasse no mo<strong>do</strong> da auto-avaliação” (i<strong>de</strong>m).<br />
Ao abordar a questão <strong>do</strong>s <strong>programa</strong>s, objetivos e exigências, Perrenoud (1999)<br />
i<strong>de</strong>ntifica três aspectos <strong>do</strong>s primeiros que necessitam ser mexi<strong>do</strong>s. Primeiramente, sua<br />
simplificação, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>-se abreviá-los, <strong>de</strong>ten<strong>do</strong>-se em seu cerne, no que é essencial,<br />
renuncian<strong>do</strong>-se a to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> noções e saberes dispensáveis, pelo menos aos alunos mais<br />
lentos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que se possa <strong>de</strong>dicar mais tempo aos mecanismo <strong>de</strong> superação <strong>de</strong> suas<br />
dificulda<strong>de</strong>s. Contu<strong>do</strong>, ressalta a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa tarefa, afirman<strong>do</strong> que...<br />
[...] isso nada tem a ver com o aban<strong>do</strong>no fácil <strong>de</strong> <strong>um</strong>a parte <strong>de</strong>stes<br />
[<strong>programa</strong>s], nem mesmo com <strong>um</strong> exame superficial <strong>de</strong> seu conteú<strong>do</strong> para<br />
separar o que ainda é atual daquilo que se teria torna<strong>do</strong> ultrapassa<strong>do</strong>. A<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s obstáculos centrais requer <strong>um</strong> trabalho didático em<br />
profundida<strong>de</strong> em cada disciplina, a i<strong>de</strong>ntificação precisa das tarefas que<br />
serão solicitadas aos alunos em cada nível <strong>de</strong> ensino e <strong>do</strong>s problemas que<br />
eles <strong>de</strong>verão resolver para realizá-los corretamente (MEIRIEU apud<br />
PERRENOUD, 1999, p. 154).<br />
O segun<strong>do</strong> aspecto a ser revisto é a redação <strong>do</strong>s <strong>programa</strong>s “em termos <strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>mínio”, e não das freqüentes “listas <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s a serem ensina<strong>do</strong>s”, obrigan<strong>do</strong>, assim, “os<br />
professores que se orientam para a avaliação formativa e a pedagogia diferenciada a <strong>um</strong><br />
importante trabalho <strong>de</strong> explicitação <strong>do</strong>s objetivos”. E, finalmente, o terceiro, é a revisão das<br />
“incoerências e ambições <strong>de</strong>smed<strong>idas</strong>” (i<strong>de</strong>m) <strong>do</strong>s <strong>programa</strong>s, a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong>-os ao estágio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento intelectual <strong>do</strong>s alunos e aproximan<strong>do</strong>-os à sua vida, às suas aquisições<br />
anteriores e às suas atitu<strong>de</strong>s.<br />
Quanto ao sistema <strong>de</strong> seleção e orientação, próprio da organização escolar, Perrenoud<br />
reconhece que, embora a vocação da avaliação formativa seja <strong>de</strong> contribuir para as<br />
aprendizagens, estas nem sempre acontecem, seja por “restrições econômicas, que limitam os<br />
recursos e o tempo disponíveis”, ou até mesmo pelo <strong>de</strong>clínio da boa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns<br />
estudantes, que resistiriam “à perseverança pedagógica”, [...] preferi<strong>do</strong> “romper a relação a<br />
serem confronta<strong>do</strong>s, durante meses ou anos, aos mesmos fracassos” (i<strong>de</strong>m, p. 155). Então,<br />
nestes casos, em <strong>um</strong> da<strong>do</strong> momento, mesmo que o mais tardiamente possível, a seleção seria<br />
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