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idas e vindas do processo de implementação de um programa de ...

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quantificáveis, posto que “aquilo que não po<strong>de</strong> ser medi<strong>do</strong> não po<strong>de</strong> ser real” (GUBA e<br />

LINCOLN, 2003, p. 102).<br />

Conseqüentemente, o terceiro resulta<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong> pelos autores seria a difícil<br />

resistência aos méto<strong>do</strong>s científicos, em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> caráter <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> que as informações<br />

obt<strong>idas</strong> por esses méto<strong>do</strong>s ass<strong>um</strong>em, isentan<strong>do</strong> o avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> qualquer responsabilida<strong>de</strong> “pelo<br />

que a natureza <strong>de</strong>cretou” (i<strong>de</strong>m, p. 103). Em <strong>de</strong>corrência a isso, qualquer maneira alternativa<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> objeto, que se afastasse <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> científico, estaria impedida <strong>de</strong> ser<br />

explorada, por ser consi<strong>de</strong>rada errada, dada à premissa <strong>de</strong> que “não há negociação possível<br />

sobre o que é verda<strong>de</strong>” (i<strong>de</strong>m).<br />

Todavia, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a dificulda<strong>de</strong>, das três citadas gerações, <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rarem a<br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores característica da socieda<strong>de</strong>, emergente da <strong>de</strong>manda pela objetivida<strong>de</strong><br />

científica, tida livre <strong>de</strong> valores, a maior questão a ser enfrentada, na visão <strong>de</strong> ambos, seria<br />

<strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> quem seriam os valores a pre<strong>do</strong>minar n<strong>um</strong>a avaliação, ou, em contrapartida,<br />

como as diferenças <strong>de</strong> valores po<strong>de</strong>riam ser negociadas.<br />

Defen<strong>de</strong>m, então, <strong>um</strong>a abordagem alternativa para a avaliação, a que chamaram <strong>de</strong><br />

construtivista responsiva, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> “<strong>um</strong> mo<strong>do</strong> responsivo <strong>de</strong> focalizar e <strong>um</strong> mo<strong>do</strong><br />

construtivista <strong>de</strong> fazer avaliação” (i<strong>de</strong>m).<br />

Proposta primeiramente por Stake, em 1975, a avaliação responsiva seria assim<br />

<strong>de</strong>signada por referir-se ao <strong>processo</strong> pelo qual avalia<strong>do</strong>res e interessa<strong>do</strong>s, juntos e em<br />

colaboração, criariam <strong>um</strong>a construção consensual <strong>de</strong> valor, a respeito <strong>de</strong> alg<strong>um</strong> tema, que<br />

estaria sujeita à reconstrução contínua, incluin<strong>do</strong> refinamento, revisão e, se preciso,<br />

substituição (GUBA e LINCOLN apud PENNA-FIRME, 1995). Desse mo<strong>do</strong>, os critérios<br />

avaliativos não estariam <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a priori, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> contexto. Seriam,<br />

outrossim, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong>a negociação entre os grupos <strong>de</strong> principais interessa<strong>do</strong>s,<br />

visan<strong>do</strong> o consenso em cada item em questão, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>r. A este caberia<br />

buscar <strong>de</strong> informações externas, quantitativas ou qualitativas, que pu<strong>de</strong>ssem respon<strong>de</strong>r às<br />

reivindicações, preocupações e questões não resolv<strong>idas</strong> anteriormente e, a partir disso,<br />

organizar e mo<strong>de</strong>rar <strong>um</strong>a sessão <strong>de</strong> negociação.<br />

O termo construtivista, também utiliza<strong>do</strong> na <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong>ssa abordagem, estaria<br />

associa<strong>do</strong> ao paradigma meto<strong>do</strong>lógico por ela emprega<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Guba e Lincoln (2003), a<br />

meto<strong>do</strong>logia construtivista nega a existência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a realida<strong>de</strong> objetiva e, conseqüentemente,<br />

<strong>de</strong> leis naturais imutáveis que a governem, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> qualquer realida<strong>de</strong>, como a própria<br />

ciência, <strong>um</strong>a construção social da mente. Nega ainda o dualismo sujeito-objeto, reconhecen<strong>do</strong><br />

a interação entre observa<strong>do</strong>r e observa<strong>do</strong>. Por isso, propõe <strong>um</strong>a substituição <strong>do</strong> méto<strong>do</strong><br />

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