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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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INTRODUÇÃO<br />

A palavra favorita da neurologia <strong>é</strong> d<strong>é</strong>ficit,<br />

significan<strong>do</strong> deterioração ou incapacidade de função<br />

neurológica: perda da fala, perda da linguagem, perda<br />

da memória, perda da visão, perda da destreza, perda<br />

da identidade e inúmeras outras deficiências e perdas<br />

de funções (ou faculdades) específicas. Para todas<br />

essas disfunções (outro termo muito emprega<strong>do</strong>)<br />

temos palavras privativas de to<strong>do</strong> tipo — afonia,<br />

afemia, afasia, alexia, apraxia, agnosia, amn<strong>é</strong>sia, ataxia<br />

—, <strong>um</strong>a palavra para cada função neural ou mental<br />

específica da qual os pacientes, em razão de <strong>do</strong>ença,<br />

dano ou incapacidade de desenvolvimento, podem verse<br />

parcial ou inteiramente priva<strong>do</strong>s.<br />

O estu<strong>do</strong> científico da relação entre c<strong>é</strong>rebro e mente<br />

começou em 1861, quan<strong>do</strong> Broca, na França, descobriu<br />

<strong>que</strong> dificuldades específicas no uso expressivo da fala,<br />

a afasia, seguiam-se invariavelmente a <strong>um</strong> dano em<br />

<strong>um</strong>a parte específica <strong>do</strong> hemisf<strong>é</strong>rio es<strong>que</strong>r<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

c<strong>é</strong>rebro. Isso abriu caminho para <strong>um</strong>a neurologia<br />

cerebral, <strong>que</strong> possibilitou, no decorrer de d<strong>é</strong>cadas,<br />

”mapear” o c<strong>é</strong>rebro h<strong>um</strong>ano, atribuin<strong>do</strong> capacidades<br />

específicas — lingüísticas, intelectuais, perceptivas etc.<br />

— a centros” igualmente específicos <strong>do</strong> c<strong>é</strong>rebro. Em fins<br />

<strong>do</strong> s<strong>é</strong>culo evidenciou-se aos observa<strong>do</strong>res mais<br />

perspicazes—sobretu<strong>do</strong> Freud, em seu <strong>livro</strong> Aphasia —<br />

<strong>que</strong> a<strong>que</strong>le tipo de mapeamento era demasia<strong>do</strong><br />

simples, <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s os desempenhos mentais possuíam<br />

<strong>um</strong>a intrincada estrutura interna deven<strong>do</strong> possuir <strong>um</strong>a<br />

base fisiológica igualmente complexa Freud -julgava<br />

<strong>que</strong> isso era verdade especialmente no tocante a cetros<br />

distúrbios <strong>do</strong> reconhecimento e percepção, para os<br />

quais ele cunhou o termo agnosia. A seu ver, o<br />

entendimento adequa<strong>do</strong> da afasia ou agnosia exigiria<br />

<strong>um</strong>a ciência nova, mais complexa.<br />

18<br />

A nova ciência de c<strong>é</strong>rebro/mente intuída por Freud

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