19.04.2013 Views

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

momento de recuperá-los, tornar a usá-los para <strong>que</strong><br />

possa emergir, em nossa <strong>é</strong>poca, <strong>um</strong>a nova e bela<br />

ciência e terapia ”existencial”, <strong>que</strong> possa combinar-se à<br />

sistemática para nos dar <strong>um</strong>a compreensão e <strong>um</strong> poder<br />

abrangentes.<br />

Desde a publicação original deste <strong>livro</strong>, venho sen<strong>do</strong><br />

consulta<strong>do</strong> sobre inúmeros casos de ”reminiscência”<br />

musical — esta evidentemente não <strong>é</strong> rara, em especial<br />

nos i<strong>do</strong>sos, embora o me<strong>do</strong> possa inibir a busca de<br />

ajuda. Ocasionalmente (como aconteceu nos casos da<br />

sra. O’C. e da sra. O’M.) <strong>é</strong> comprovada <strong>um</strong>a patologia<br />

grave ou significativa. Às vezes — como em <strong>um</strong> relato<br />

de caso recente (NEJM, 5 de setembro de 1985) —<br />

existe <strong>um</strong>a origem tóxica, como o uso excessivo de<br />

aspirina. Pacientes com grave surdez nervosa podem<br />

ter ”fantasmas” musicais. Por<strong>é</strong>m, na maioria <strong>do</strong>s casos,<br />

nenh<strong>um</strong>a patologia pode ser encontrada, e o problema,<br />

embora incômo<strong>do</strong>, <strong>é</strong> essencialmente benigno. Por <strong>que</strong><br />

as partes musicais <strong>do</strong> c<strong>é</strong>rebro, entre todas, seriam tão<br />

propensas a essas ”apresentações” na idade avançada<br />

<strong>é</strong> <strong>um</strong>a <strong>que</strong>stão <strong>que</strong> permanece muito obscura.<br />

169<br />

16<br />

NOSTALGIA INCONTINENTE<br />

Se no contexto de epilepsia ou enxa<strong>que</strong>ca encontrei<br />

ocasionalmente a ”reminiscência”, ela foi muito com<strong>um</strong><br />

em meus pacientes pós-encefalíticos excita<strong>do</strong>s pela<br />

levo<strong>do</strong>pa—tanto assim <strong>que</strong> acabei me referin<strong>do</strong> à<br />

levo<strong>do</strong>pa como ”<strong>um</strong>a esp<strong>é</strong>cie de estranha e pessoal<br />

máquina <strong>do</strong> tempo”. A reminiscência foi tão<br />

pronunciada para <strong>um</strong>a paciente <strong>que</strong> fiz dela o tema de<br />

<strong>um</strong>a Carta ao Editor publicada na Lancei em junho de<br />

1970 e reproduzida abaixo. Nessa ocasião, eu me vi<br />

raciocinan<strong>do</strong> sobre a ”reminiscência” no senti<strong>do</strong><br />

restrito, jacksoniano, como <strong>um</strong> surto convulsivo de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!