19.04.2013 Views

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Depois da publicação deste relato (A leg to stand on,<br />

1984), recebi <strong>um</strong>a carta <strong>do</strong> eminente <strong>neurologista</strong> dr<br />

Michael Kremer, <strong>que</strong> escreveu:<br />

Pediram-me <strong>que</strong> examinasse <strong>um</strong> paciente intrigante na<br />

ala da cardiologia Ele tinha fibrilação atual, e <strong>um</strong><br />

grande êmbolo deixara o com hemiplegia, fui chama<strong>do</strong><br />

para examiná-lo por<strong>que</strong> ele caia constantemente da<br />

cama a noite, e os cardiologistas não atinavam com a<br />

razão disso.<br />

Quan<strong>do</strong> lhe perguntei o <strong>que</strong> acontecia a noite, ele<br />

declarou com toda fran<strong>que</strong>za <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> acordava<br />

durante a noite sempre descobria <strong>que</strong> havia <strong>um</strong>a perna<br />

cabeluda, morta e fria na cama com ele, o <strong>que</strong> ele não<br />

conseguia entender mas não podia tolerar, por isso,<br />

com o braço e a perna <strong>que</strong> não estavam paralíticos ele<br />

a empurrava para fora da cama e, naturalmente,<br />

obviamente, o resto dele ia atrás.<br />

74<br />

Ele era <strong>um</strong> exemplo excelente da perda completa da<br />

consciência de seu membro hemipl<strong>é</strong>gico, mas, o <strong>que</strong><br />

era interessante, não consegui levá-lo a dizer se sua<br />

perna da<strong>que</strong>le la<strong>do</strong> estava na cama com ele, tão<br />

obceca<strong>do</strong> ele se mostrava com a desagradável perna<br />

estranha <strong>que</strong> estava ali.<br />

75<br />

5 MÃOS<br />

Madeleine J. foi internada no Hospital St. Benedict,<br />

próximo a Nova York, em 1980, quan<strong>do</strong> estava com<br />

sessenta anos; tinha cegueira congênita e paralisia<br />

cerebral, e vivera sob os cuida<strong>do</strong>s de sua família toda a<br />

vida. Consideran<strong>do</strong> essa história e sua condição<br />

lamentável — com hipertonia e atetose, ou seja,<br />

movimentos involuntários das mãos, aos quais se<br />

acrescentava o não-desenvolvimento <strong>do</strong>s olhos — eu<br />

esperava encontrar <strong>um</strong>a mulher com retar<strong>do</strong> mental e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!