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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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originalidade e estereotipia, e ”positivas”, como <strong>um</strong>a<br />

capacidade incom<strong>um</strong> para a execução tardia e por<br />

representar o objeto como este <strong>é</strong> percebi<strong>do</strong> (e não<br />

como concebi<strong>do</strong>): daí o tipo de ingenuidade inspirada<br />

especialmente encontra<strong>do</strong>. Ela salienta, ainda, <strong>um</strong>a<br />

relativa indiferença a manifestações de reações das<br />

outras pessoas, o <strong>que</strong> talvez pareça tomar essas<br />

crianças impossíveis de treinar. E, no entanto, pelo <strong>que</strong><br />

se observa, isso não ocorre invariavelmente. Tais<br />

crianças não são necessariamente insensíveis a<br />

instrução ou atenção, embora estas talvez precisem ser<br />

de <strong>um</strong> tipo muito especial. Al<strong>é</strong>m da experiência com<br />

sua própria filha, <strong>que</strong> hoje em dia <strong>é</strong> <strong>um</strong>a artista adulta<br />

de talento, a dra. Park menciona tamb<strong>é</strong>m as<br />

fascinantes e insuficientemente conhecidas<br />

experiências <strong>do</strong>s japoneses, em especial Morishima e<br />

Motsugi, <strong>que</strong> tiveram <strong>um</strong> êxito notável ajudan<strong>do</strong><br />

crianças autistas talentosas não ensinadas (e<br />

aparentemente impossíveis de ensinar) a transformarse<br />

em artistas adultos profissionalmente realiza<strong>do</strong>s.<br />

Morishima privilegia t<strong>é</strong>cnicas de instrução especiais<br />

(”treinamento de habilidades altamente estrutura<strong>do</strong>”),<br />

<strong>um</strong>a esp<strong>é</strong>cie de aprendiza<strong>do</strong> na tradição cultural<br />

japonesa clássica, e o incentivo ao desenho como meio<br />

de comunicação. Mas esse treinamento formal, embora<br />

crucial, não basta. É preciso <strong>um</strong>a relação mais íntima,<br />

com empatia. As palavras com <strong>que</strong> a dra. Park termina<br />

sua resenha podem ser <strong>um</strong>a boa conclusão para ”O<br />

mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ’simples’”:<br />

O segre<strong>do</strong> pode estar em outro aspecto, na dedicação<br />

<strong>que</strong> levou Motsugi a morar com outro artista retarda<strong>do</strong><br />

em sua casa e escrever: ”O segre<strong>do</strong> para desenvolver o<br />

talento de Yanamura foi compartilhar seu espírito. O<br />

mestre deve amar a bela, a sincera pessoa retardada, e<br />

conviver com <strong>um</strong> mun<strong>do</strong> purifica<strong>do</strong>, retarda<strong>do</strong>”.<br />

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Fig. Epit<strong>é</strong>lw cilia<strong>do</strong> da traqu<strong>é</strong>ia de <strong>um</strong> filhote de

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