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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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No dia seguinte à<strong>que</strong>le em <strong>que</strong> conheci Ray, parece<strong>um</strong>e<br />

notar três pessoas com a síndrome de Tourette nas<br />

ruas <strong>do</strong> centro de Nova York Fi<strong>que</strong>i pasmo, pois dizia-se<br />

<strong>que</strong> essa síndrome era raríssima Sua incidência,<br />

segun<strong>do</strong> li, era de <strong>um</strong> em <strong>um</strong> milhão, e, no entanto, eu<br />

aparentemente vira três exemplos em <strong>um</strong>a hora<br />

Mergulhei em <strong>um</strong> turbilhão de perplexidade e reflexão<br />

seria possível <strong>que</strong> to<strong>do</strong> a<strong>que</strong>le tempo eu viesse<br />

deixan<strong>do</strong> passar tu<strong>do</strong> isso, não ven<strong>do</strong> pacientes assim<br />

ou vagamente descartan<strong>do</strong>-os como ”nervosos”,<br />

”birutas” ou ”irrequietos”? Seria possível <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s<br />

estivessem deixan<strong>do</strong> de notá-los? Seria possível <strong>que</strong> a<br />

síndrome de Tourette não fosse <strong>um</strong>a raridade, e sim<br />

muito com<strong>um</strong> — digamos, mil vezes mais com<strong>um</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>que</strong> o suposto at<strong>é</strong> então? No dia seguinte, sem procurar<br />

deliberadamente, vi mais <strong>do</strong>is na rua Concebi então<br />

<strong>um</strong>a fantasia estapafúrdia, ou <strong>um</strong> gracejo comigo<br />

mesmo suponhamos (pensei) <strong>que</strong> a síndrome de<br />

Tourette seja muito com<strong>um</strong>, mas deixe de ser<br />

reconhecida, porem, <strong>um</strong>a vez reconhecida, passe a ser<br />

vista com facilidade e constantemente.* Suponhamos<br />

<strong>que</strong> <strong>um</strong>a pessoa com a síndrome reconheça outra, <strong>que</strong><br />

essas duas reconheçam <strong>um</strong>a terceira, e estas <strong>um</strong>a<br />

quarta, at<strong>é</strong> <strong>que</strong>, pelo reconhecimento ac<strong>um</strong>ula<strong>do</strong>, to<strong>do</strong><br />

<strong>um</strong> grupo deles seja encontra<strong>do</strong> irmãos e irmãs de<br />

patologia, <strong>um</strong>a<br />

NR<br />

• Uma situação muito semelhante ocorreu com<br />

relação a distrofia muscular <strong>que</strong> nunca fora<br />

vista antes de ter si<strong>do</strong> descrita por Duchenne<br />

na d<strong>é</strong>cada de 1850 Em 1860 depois da<br />

primeira descrição já haviam si<strong>do</strong><br />

reconhecidas e descritas varias centenas de<br />

casos tanto assim <strong>que</strong> Charcot comentou<br />

Como e <strong>que</strong> <strong>um</strong>a <strong>do</strong>ença tão com<strong>um</strong> tão<br />

disseminada e reconhecível a primeira vista —<br />

<strong>um</strong>a <strong>do</strong>ença <strong>que</strong> sem duvida alg<strong>um</strong>a sempre

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