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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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letárgica) e o da síndrome de Tourette têm muito em<br />

com<strong>um</strong>. Ambos os distúrbios eram extraordinários e de<br />

tal mo<strong>do</strong> estranhos <strong>que</strong> não se conseguia acreditar<br />

neles — pelo menos a medicina tacanha não conseguia.<br />

Eles não podiam ser enquadra<strong>do</strong>s nas estruturas<br />

convencionais de medicina e, portanto, foram<br />

es<strong>que</strong>ci<strong>do</strong>s e misteriosamente ”desapareceram”. Mas<br />

existe <strong>um</strong>a afinidade mais profunda, <strong>que</strong> se insinuou na<br />

d<strong>é</strong>cada de 20 nas formas hipercin<strong>é</strong>ticas ou fren<strong>é</strong>ticas<br />

<strong>que</strong> a <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> sono ass<strong>um</strong>iu ocasionalmente: esses<br />

pacientes, no início da <strong>do</strong>ença, tenderam a apresentar<br />

<strong>um</strong>a excitação crescente da mente e <strong>do</strong> corpo,<br />

movimentos violentos, ti<strong>que</strong>s, compulsões de to<strong>do</strong> tipo.<br />

Alg<strong>um</strong> tempo depois, foram acometi<strong>do</strong>s por <strong>um</strong> destino<br />

oposto, <strong>um</strong> ”sono” avassala<strong>do</strong>r semelhante ao transe -<br />

no qual fui encontrá-los quarenta anos mais tarde.<br />

Em 1969, administrei levo<strong>do</strong>pa a esses pacientes<br />

com <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> sono ou pós-encefalíticos; a levo<strong>do</strong>pa <strong>é</strong><br />

<strong>um</strong> precursor <strong>do</strong> transmissor <strong>do</strong>pamina, <strong>que</strong> em seus<br />

c<strong>é</strong>rebros encontrava-se em níveis baixíssimos. Os<br />

pacientes foram transforma<strong>do</strong>s pela droga. Primeiro,<br />

foram ”desperta<strong>do</strong>s” <strong>do</strong> torpor para a saúde, depois<br />

foram impeli<strong>do</strong>s na direção <strong>do</strong> outro pólo: ti<strong>que</strong>s e<br />

frenesi. Essa foi minha<br />

110<br />

primeira experiência com síndromes afins à de Tourette<br />

excitações tremendas, impulsos violentos, muitas vezes<br />

combina<strong>do</strong>s com <strong>um</strong> h<strong>um</strong>or esquisito, travesso Comecei<br />

a falar em ”tourettismo”, embora nunca tivesse visto<br />

<strong>um</strong> paciente com a síndrome de Tourette<br />

No início de 1971, o Washington Post, <strong>que</strong> se<br />

interessara pelo ”despertar” de meus pacientes pósencefalíticos,<br />

perguntou-me como eles estavam<br />

passan<strong>do</strong> Respondi ”Estão com ti<strong>que</strong>s”, o <strong>que</strong> os levou<br />

a publicar <strong>um</strong> artigo sobre ti<strong>que</strong>s Depois da publicação<br />

desse artigo, recebi inúmeras cartas, a maioria das<br />

quais passei para meus colegas Mas <strong>um</strong> desses<br />

pacientes concordei em atender - Ray

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