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Orelha do livro Oliver Sacks é um neurologista que reivindica ... - Stoa

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<strong>um</strong> outro mun<strong>do</strong>”. Posteriormente, ela mencionou <strong>um</strong>a<br />

experiência recente com <strong>um</strong> jovem autista <strong>que</strong> tamb<strong>é</strong>m<br />

sentia fascinação por fatores e números primos e <strong>que</strong><br />

os percebia instantaneamente como ”especiais”. De<br />

fato, a palavra ”especial” precisava ser usada para<br />

provocar <strong>um</strong>a reação:<br />

”Há alg<strong>um</strong>a coisa de especial, Joe, nesse número<br />

(4875)?”<br />

Joe: ”Só <strong>é</strong> divisível por 13 e 25”.<br />

Sobre outro (7241): ”É divisível por 13 e 557”.<br />

E sobre 8741: ”É <strong>um</strong> número primo”.<br />

Park comenta: ”Ningu<strong>é</strong>m na família dele incentiva<br />

seus números primos; eles são <strong>um</strong> prazer solitário”.<br />

Não está claro, nesses casos, o mo<strong>do</strong> como se chega<br />

às<br />

234<br />

respostas quase instantaneamente: se elas são<br />

”pensadas”, ”conhecidas” (lembradas) ou — de alg<strong>um</strong>a<br />

forma — apenas ”vistas”. O <strong>que</strong> está claro <strong>é</strong> o singular<br />

senso de prazer e significação liga<strong>do</strong> aos números<br />

primos. Parte disso parece dever-se a <strong>um</strong> senso de<br />

beleza formal e simetria, mas <strong>um</strong>a outra parte,<br />

tamb<strong>é</strong>m, a <strong>um</strong> singular ”significa<strong>do</strong>” ou ”potencial”<br />

associativo. Isso com freqüência foi considera<strong>do</strong><br />

”mágico” no caso de Ella: números, especialmente os<br />

primos, evocavam pensamentos, imagens, sentimentos,<br />

relações especiais — alguns quase ”especiais” ou<br />

”mágicos” demais para serem menciona<strong>do</strong>s. Isso <strong>é</strong> bem<br />

descrito no artigo de David Park (op. cit).<br />

Kurt Gõdel, de <strong>um</strong>a maneira muito abrangente, expôs<br />

como os números, em especial os primos, podem servir<br />

como ”marca<strong>do</strong>res” — para id<strong>é</strong>ias, pessoas, lugares,<br />

qual<strong>que</strong>r coisa; e esse marca<strong>do</strong>r gõdeliano abriria<br />

caminho para <strong>um</strong>a ”aritmetização” ou ”n<strong>um</strong>eralização”<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (ver E. Nagel e J. R. Newman, 1958). Se isso<br />

realmente ocorre, <strong>é</strong> possível <strong>que</strong> os gêmeos, e outros

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